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Exposição de Arte Plumária em cartaz no Fórum de Ciencia e Cultura

Na tentativa de difundir a diversidade cultural do Brasil e tendo como oportunidade a comemoração do Dia do Índio (19 de abril) que se aproxima, o Projeto Cultura Popular do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ inaugurou, nesta quinta-feira (15/04), a Exposição de Arte Plumária, no Átrio do Palácio Universitário, no campus da Praia Vermelha. “Nesta época do ano, em eventos escolares, muitas crianças colocam penas na cabeça e se pintam, em homenagem aos índios, mas não aprendem o que esses costumes significam”, afirmou Waldelice de Souza, curadora da exposição.

De acordo com Waldelice, muitos hábitos que compõem o cenário cultural do brasileiro, como o comer, o fazer, o vestir, são traços indígenas mais fortes do que geralmente se percebe. “Às vezes, uma menina coloca um brinco de pena ou um rapaz usa um cordão feito através do artesanato desses povos sem perceber o que isso representa”, ilustrou. Para propagar melhor a arte e a história dos primeiros moradores do Brasil, a exposição receberá visitas agendadas de escolas do ensinos médio e fundamental. A programação contempla ainda a presença de monitores que apresentarão peças e explicarão o significado dos adornos e os outros 21 artefatos indígenas em exibição. “Demos mais destaque para as artes plumárias, porque são mais chamativas e representam melhor o imaginário que se tem sobre os índios”, explicou.

De acordo com a curadora, muitos universitários também desconhecem a influência dos indígenas nos seus hábitos. “A própria vontade de pintar o corpo através de tatuagens já é uma declaração das pessoas sobre o modo como elas querem que o mundo as enxerguem”, comenta. E a importância dos enfeites corporais usados pelos índios vai muito além do que se imagina. “Eles dizem muito sobre sexo, idade, filiação, e a importância hierárquica que cada membro de uma tribo possui ou sobre a função ritualística de suas cerimônias”, analisou.

Para Waldelice, falar que a cultura indígena está morrendo não é verdade. “Existe uma tribo em Minas Gerais, os Maxakalis, que já tecem com plástico por exemplo. Como qualquer outra cultura, eles estão sempre se renovando”, comentou a curadora, que contou com a ajuda de outras instituições para montar a exposição. Além de pesquisadores da UFRJ, ainda colaboraram membros do Museu Nacional da UFRJ, Museu do Índio, UniRio e do grupo Pró-Índio da Uerj, através do empréstimo de peças para a exibição.

Na sexta-feira (16/04), às 14h, acontece uma mesa-redonda com os estudiosos dos grupos envolvidos sobre temas como Arte Guarani, Memória Social e Gráficos de Tribos. A Exposição de Arte Plumária reúne artefatos de diversas tribos indígenas, como os Bororo, Karaiá, Tapirapé, Mandukuru, Waiwai, entre outras.

Até o dia 26 de abril os interessados podem visitar a exposição, das 9h às 21h. O Palácio Universitário da Praia Vermelha fica na Avenida Pasteur, 250, Urca.