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Memória

Noite poética na Academia Brasileira de Letras

Aos 93 anos, a professora emérita Cleonice Berardinellli é a sexta pessoa a ocupar a cadeira oito da Academia Brasileira de Letras, que tem como fundador Alberto de Oliveira.

Nas férias de 1926, em São Lourenço, uma menina de apenas nove anos conhece o príncipe dos poetas: Alberto de Oliveira. Surgia a admiração pelo poeta e escritor. Mais de oito décadas se passaram e a menina é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e poderia chamar o homem a quem passou a admirar de confrade. A menina em questão é Cleonice Berardinelli, que tomou posse, no dia 5 de abril, em noite de gala na Academia.
 
Aos 93 anos, ela é a sexta ocupar a cadeira oito, que tem como patrono o poeta Claudio Manoel da Costa e como fundador, coincidentemente, Alberto de Oliveira. Cleonice Berardinellli é professora emérita da UFRJ e especialista em Camões e Fernando Pessoa, tendo sido eleita em dezembro do ano passado para suceder o acadêmico Antonio Olinto, falecido três meses antes.

“Estamos contentes em recebê-la, observando seus 60 anos de magistério, quase sempre cuidando da difusão cultural. Parece-me que nunca houve, na história da Academia, alguém que tenha tomado posse na presença de quatro ex-alunos. São eles Afonso Arinos de Melo Franco, Ana Maria Machado, Domício Proença Filho e Antonio Carlos Secchin”, relembrou Marcos Vinicios Vilaça, presidente da ABL, que quebrou o protocolo para fazer a reverência.
 
A professora foi recebida pelo acadêmico Affonso Arinos de Melo Franco, seu ex-aluno na UFRJ, a nova imortal declamou poesias e disse se sentir orgulhosa de pertencer à ABL. “A eleição é uma demonstração de confiança, que me enche de legítimo orgulho de pertencer a esta casa, da qual me aproximei só agora por uma espécie de timidez que me tolhe de tentar algo que me parece ambicioso demais”, disse, modestamente, Cleonice Berardinelli.
 
Em um momento de descontração, o presidente da ABL, o acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, advertiu a nova acadêmica lembrando que a imortalidade não dava direito a dirigir um automóvel.
 
A noite de gala marcou também a estreia da nova roupa para as acadêmicas. A partir de agora, elas deixam de usar o vestido longo verde escuro para usarem o fardão com calças, em uma modelagem feminina, com as folhas bordadas em ouro.