No Seminário sobre Transporte Público Aquaviário, realizado na última quarta-feira (25/3) pela Escola Politécnica da UFRJ, a Baía de Guanabara ressurge como o principal tema da discussão sobre as possibilidades de transporte público na região metropolitana do Rio de Janeiro. A baía separa a cidade do Rio dos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, onde o trânsito de pessoas e mercadorias é intenso todos os dias. Com duas palestras e uma mesa redonda, professores da UFRJ iniciaram um debate acerca dos problemas e possíveis soluções para o tráfego aquaviário na região.
A professora Milena Bodmer, do Programa de Engenharia de Transportes do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), trouxe dados de um estudo que analisou as necessidades de transportes entre os quatro municípios. Segundo a docente, a construção de novos cais poderia diminuir tempo e custo de viagem e integraria diferentes áreas de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro. A solução ideal para incluir as regiões que não têm acesso portuário seria um sistema de transportes integrado, onde os ônibus, em vez de cruzar a Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio—Niterói), cruzaria a baía em embarcações.
Dentro desta proposta, existem três pontos de acesso na área de Niterói: atendendo à Zona Sul do município, ao Centro (onde atualmente desembarcam os passageiros da companhia Barcas S.A.) e à área próxima de São Gonçalo. Também são considerados cais em Magé e na Zona Sul do Rio de Janeiro. O professor Heimann ilustrou com o caso alemão para apontar um sistema aquaviário de sucesso.
Após as apresentações, os professores reunidos em uma mesa-redonda aberta ao público discutiram as causas da deficiência de transporte na região metropolitana. Ao final, elaboraram um documento para ser entregue a diferentes instâncias de poder do Rio de Janeiro. Nele, estão os assuntos discutidos no dia: tanto a exposição do problema quanto possíveis soluções. Outro seminário será marcado para continuar o debate, que importa a profissionais de transporte e usuários dos serviços.