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Presidente do CNPq preocupado com baixo número de engenheiros

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filhorevelou preocupação com a pequena quantidade de estudantes que terminam os cursos de Engenharia no país, por ano.  Ele alertou, durante a aula inaugural do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe–UFRJ, sexta-feira (12/03), que o número de novos engenheiros ficou em 4,28% do total de formados no nível superior em 2007, em contraste com os 29% para a mesma área na Coreia do Sul.

Estatísticas de fato deram o tom da palestra “O CNPq e a pesquisa no Brasil: desafios e realizações”. Carvalho Filho, que também é professor do Instituto de Física da UFRJ, lembrou que seis em cada 10 estudantes de Engenharia nas universidades públicas não terminam o curso. Em universidades particulares, o número pode chegar a 75%. Segundo ele, o motivo é a baixa qualidade da educação fundamental e média. Na Rússia, na Índia e na China, que ao lado do Brasil destacam-se no cenário mundial pela ascensão rápida das economias em desenvolvimento (Bric), são formados 190 mil, 220 mil e 650 mil engenheiros por ano, respectivamente. Em 2007, o Brasil formou apenas 30 mil engenheiros.

A relação entre o CNPq e  a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) — as duas maiores agências de fomento à pesquisa no Brasil — também foi tratada por Carvalho Filho, que tomou posse em 27 de janeiro, no lugar de Marco Antonio Zago. Ele anunciou que será criada uma portaria conjunta do CNPq e da Capes que permitirá que o bolsista de mestrado e doutorado complemente a renda até o dobro do valor da bolsa com atividades extras, como a docência.

Quanto às realizações, Carvalho Filho deu destaque ao fato de o CNPq ter sido um dos principais motores para colocar o Brasil em 13º lugar no ranking mundial de publicações científicas, com cerca de 2% de tudo que é divulgado. A partir da década de 1970 a produção científica no Brasil cresceu quatro vezes mais que a dos outros países, inclusive os desenvolvidos.

O presidente da primeira instituição de fomento à pesquisa, fundada em 1951 (também ano do nascimento dele), encerrou o evento afirmando que espera “não acabar seus dias achando que o Brasil é o país do futuro” e que quer ver um brasileiro ganhar o Nobel de Física.