Para Ângela Uller, pró-reitora de Pós-Graduação, "universidade precisa se perceber como protagonista na produção de conhecimento científico e não ser apenas produtora de papers".

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Memória

Seminário debate desafios da pós-graduação

Para Ângela Uller, pró-reitora de Pós-Graduação, "universidade precisa se perceber como protagonista na produção de conhecimento científico e não ser apenas produtora de papers".

Durante a abertura do seminário “Horizontes e Fronteiras: desafios para a pós-graduação e pesquisa  na UFRJ – 2010”, realizado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PR-2), na última sexta-feira (05/03),  a comunidade acadêmica da UFRJ debateu o rumo da pós-graduação na universidade. O atual modelo de pós-graduação aplicado pela instituição, inspirado nos programas de pós-graduação norte-americano, foi questionado pela pró-reitora de pós-graduação, professora Ângela Uller, que ressaltou a importância da reflexão  sobre o tema nas universidades brasileiras.

De acordo com a pró-reitora, a UFRJ é sempre reativa às políticas governamentais para área de pós-graduação. “A universidade precisa se perceber como protagonista na produção de conhecimento científico e não ser apenas produtora de papers”, enfatiza.

Na década de 1930, o Brasil tentou seguir o modelo europeu, contudo, a proposta não vingou. O país adotou, duas décadas depois, os programas norte-americanos, com o mestrado e doutorado após a graduação, como modelo. No exterior, as empresas e institutos governamentais eram responsáveis por gerenciar tais programas. “O Brasil se baseou no modelo americano, porém com uma diferença: Aqui, as pesquisas não eram feitas por empresas, mas pelas universidades”, destaca Uller.

Durante  a mesa-redonda “Fim do conhecimento?”, o professor Leopoldo Méis, do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM/UFRJ), destacou sua preocupação com a humanização da universidade, afirmando que “as ciências humanas e exatas devem andar juntas no processo de produção do conhecimento”.

A professora Bertha Becker, do Instituto de Geociências (IGEO/UFRJ), rebatendo a indagação do tema da mesa, afirmou que não há um fim do conhecimento e que a reflexão é sua base. “A universidade continua sendo o locus do conhecimento. O problema é sucumbir às informações filtradas, por isso, deve montar seus próprios filtros”, finaliza.