O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ) e a Usiminas, empresa siderúrgica líder no mercado, sediada em Minas Gerais, firmaram um acordo de cooperação científica e tecnológica, na manhã desta quinta, dia 11, no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ. Segundo o professor Oscar Rosa Mattos, coordenador do Laboratório de Ensaios Não-Destrutivos, Corrosão e Soldagem (LNDC), o convênio dará sequência aos trabalhos que tiveram início na década de 70, quando a empresa mineira atuou em parceria com a Coppe pela primeira vez.
O acordo, assinado pelo vice-presidente da Usiminas, Sérgio Leite, e pelo diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen, tem como objetivo consolidar a implantação de um centro de pesquisa da empresa no Parque Tecnológico da Cidade Universitária. A siderúrgica pretende investir R$ 28,9 milhões na área de pesquisa e inovação, dos quais grande parte será direcionada aos estudos de desenvolvimento e fabricação de aços com maior valor agregado, visando a setores que necessitam de aços com requisitos de desempenhos mais específicos. O ponto de partida será o de chapas grandes, utilizadas na indústria de petróleo e gás natural. O centro também contará com a colaboração do Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Petróleo (Cenpes).
“A Usiminas tem, no direcionamento dos seus negócios, um alvo e foco em gerar produtos de alto valor agregado. Para nós produzirmos um aço deste tipo, temos que embutir tecnologia, conhecimento”, explica Leite. Para isso, o dirigente analisa como promissora a parceria com a UFRJ. “Nessa caminhada, estamos unindo o conhecimento que desenvolvemos no centro de pesquisa da Usiminas com o conhecimento das universidades. Então, nosso objetivo é o de trabalharmos juntos, desenvolvendo projetos de pesquisa e capacitação de pessoal.” O vice-diretor ainda ressalta o interesse da empresa na exploração de combustíveis fósseis. “Com o desafio do pré-sal, a Usiminas está capacitada no sentido de fornecer, para a indústria brasileira de óleo e gás, o aço que ela vier a requerer para a exploração do petróleo no pré-sal”, garantiu.
Reconstrução do Haiti
O professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe, anunciou que há um projeto da Coppe, em parceria com a Escola Politécnica da UFRJ e a Usiminas, de auxiliar na reconstrução do Haiti, país devastado em janeiro por um terremoto. “A ideia surgiu na UFRJ. Já entrei em contato com o gabinete do ministro Celso Amorim, que está estudando a possibilidade de ajudar a reconstrução do Haiti. A forma não sei qual será, mas a ideia é usar essa competência da engenharia brasileira e da indústria para construções rápidas e o mais resistentes possível aos abalos sísmicos”, afirmou.
Sérgio leite explica que a vantagem desse tipo de construção se encontra no fato de ela aumentar sua rapidez, por se produzir as estruturas nas fábricas e apenas se ter o trabalho de montá-las nos canteiros de obras. Além disso, Leite assegura que desta maneira se evita enormemente o desperdício de matéria e as construções tornam-se muito mais limpas.