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Funcionários do Cenpes seguem parados

Trabalhadores estão em greve desde o dia 9. Assembleia nesta sexta avaliará a proposta das empreiteras para decidir pela volta ou não das atividades.

Na tarde da última quinta, dia 11, os representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Sitraicp) reuniram-se com diretores do Consórcio Novo Cenpes, um dos responsáveis pela obra de expansão do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Miguez, da Petrobras, e decidiram não aceitar a proposta da empresa para encerrar a greve iniciada no último dia 9.

Apesar de a empresa ter garantido que criará uma cisterna com 200 mil litros de água para o abastecimento das atividades até o fim da obra, os operários rejeitaram a proposta de compensar os dias parados em dois sábados sem o recebimento das horas extras integrais (100%).

Segundo o presidente do Sitraicp, o Consórcio se comprometeu ainda a melhorar a qualidade da alimentação servida aos trabalhadores. Os diretores do Novo Cenpes, no entanto, não atenderam a outra reivindicação dos operários: garantir cesta básica ou auxílio-refeição no valor aproximado de R$ 200 mensais.

Além dessas reivindicações, os operários do Novo Cenpes querem um adiantamento salarial do reajuste que vem sendo negociado pelo Sitraicp e empreiteiras do estado na data-base da categoria, que é neste mês de fevereiro.

Trabalhadores do CITI se unem à greve do Novo Cenpes

Os trabalhadores do Consórcio CITI (formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Mendes Júnior, entre outras) se juntaram ao movimento e também paralisaram suas atividades na última sexta, dia 12.

Solidariedade ao movimento grevista

Durante a assembleia dos operários da construção do Novo Cenpes, o diretor do Sindicato dos Metroviários, Elias José, deixou a mensagem de solidariedade ao movimento e, como representante também da Conlutas, disse que os grevistas contam com todo o apoio da Central nesta mobilização por melhores condições de trabalho e isonomia salarial dentro das mesmas funções exercidas pelos demais trabalhadores.

O estudante João, do Diretório Central dos Estudantes Mário Prata, também manifestou o apoio do movimento estudantil da UFRJ à causa dos operários do Novo Cenpes. João afirmou que, apesar de estarem de férias, os estudantes apoiam a greve dos trabalhadores e que já estão fazendo campanha de apoio através das redes de relacionamento eletrônicas para, com a volta às aulas, em março, cobrar uma posição da reitoria da UFRJ e da Coppe (responsáveis pelo convênio da universidade com a Petrobras e o Cenpes) sobre as reivindicações dos trabalhadores e a falta de fiscalização das condições das obras no campus universitário.

O presidente da Adufrj-SSind, Luis Acosta, também deixou uma manifestação de apoio às revindicações dos trabalhadores e disse esperar que, após o carnaval, o Consórcio Novo Cenpes apresente propostas que efetivamente garantam condições dignas de trabalho e salários isonômicos para esses operários.

Nova assembleia

Os operários da construção do Consórcio Novo Cenpes farão nova assembleia nesta sexta, dia 19, às 6h, no Cenpes, para avaliar o que as empreiteiras irão oferecer para que os trabalhadores voltem às suas atividades. Vale destacar que o Consórcio Novo Cenpes conta com mais de 70 empreiteiras de vários estados (entre elas a Schahin Engenharia, OAS, Construbase, Construcap e Carioca Engenharia) envolvidas na construção do anexo.