XVI Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicina, este ano, terá número reduzido de vagas e introdução de exposição de trabalhos apresentados pela UFRJ.

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Memória

XVI Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicinal

XVI Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicina, este ano, terá número reduzido de vagas e introdução de exposição de trabalhos apresentados pela UFRJ.

A Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicina chega este ano à sua décima sexta edição. Idealizada pelo professor Eliezer Barreiro, coordenador do Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas (LASSBio), a escola conta com novidades este ano, como o número reduzido de vagas e a introdução de uma exposição de trabalhos apresentados pela UFRJ. Conversamos com o professor para conhecer a história dessa iniciativa, que faz tanto sucesso dentro e fora do Rio de Janeiro.

“Por volta de 1970, o professor Otto Gottlieb, que trabalhava na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), fez uma escola de verão inspirado por iniciativas parecidas que ocorriam fora do Brasil. Esta escola foi um embrião da pós-graduação em química da UFRRJ, e teve um efeito multiplicador. O professor José Tércio Ferreira, que foi colega meu em uma destas escolas a que assisti em 1970, levou a ideia para a Universidade de São Carlos (UFSCar). Fui professor lá também, nesta época, e quando me transferi para a UFRJ, decidi trazer a Escola de Verão”, explica o professor. A primeira edição, há 16 anos, levava o nome de Escola de Verão em Química Medicinal. Com sua evolução, foi incluído o nome de Química Farmacêutica, para poder contemplar tanto a Escola Farmacêutica europeia quanto a Escola Medicinal americana.

Eliezer Barreiro ressalta a importância de ocupar o período de férias, na “entressafra” de semestres, que é um espaço ocioso na universidade pública: “O custo que uma universidade parada tem, feito na ponta do lápis, é enorme. E mais do que financeiro, imagina o que é uma sala de aula fechada com o Brasil precisando de ensino a todo momento”.

Nesta edição, a Escola de Verão diminuiu o número de vagas disponíveis para 150. A decisão foi tomada para tornar a organização do evento mais fácil e manejável. “A gente já chegou a ter 230 alunos, mas é difícil acomodar tanta gente no CCS”, explica o professor. A procura, no entanto, ainda é grande. Na lista de espera encontram-se 115 pessoas, que terão prioridade nas inscrições da próxima edição.

Curiosamente, a maioria dos interessados não faz parte da UFRJ, ou nem mesmo moram no Rio de Janeiro. Ao longo das primeiras doze edições, a quantidade de pessoas de outras cidades chegava a 80%, e a maioria esmagadora, de 98%, não fazia parte da universidade. Há 3 anos, porém, houve uma iniciativa de priorizar os filhos da casa. Os alunos da UFRJ, especialmente aqueles vinculados ao Programa de Graduação em Farmácia, têm até 10 vagas livres de qualquer tipo de taxa para se inscreverem através do centro acadêmico. Isso garante, dentre os 150 inscritos, quase 10% de vagas reservadas aos alunos da UFRJ, o que os estimula a participar.

Programação

Entre os dias 25 e 29 de janeiro, ocorrerão cursos e conferências, ministrados por professores da universidade e estrangeiros, dentro do Auditório Rodolpho Paulo Rocco. Os cursos são divididos entre aqueles voltados para a graduação e aqueles para a pós-graduação, mas todos os inscritos podem comparecer às aulas que desejarem.

Os cursos de graduação são fixos nas edições da Escola, e ministrados por professores da UFRJ. São eles: Introdução à Química Farmacêutica e Medicinal, com aulas do professor Eliezer Barreiro, e Metabolismo de Fármacos e Interações Medicamentosas, com a professora Lídia Moreira Lima, que também faz parte do LASSBio.

Já os cursos voltados para a pós-graduação têm o intuito de trazer novidades e atualizar o aluno, e mostram uma visão estrangeira da química medicinal. Neste ano foram convidados professores da América Latina para falar do Planejamento de Fármacos para Doenças Tropicais Negligenciadas. São eles o professor Hugo Cerecetto, da Universidad de la República (no Uruguai), as professoras Mercedes Gonzáles, também da Universidad de la Republica, e Atonieta Rojas de Arias, da Fundación Moises Bertoni (no Paraguai). Os pesquisadores ministrarão um minicurso em conjunto com a professora Lídia, além de apresentarem conferências abertas ao público.

Ainda para a pós-graduação, foi convidado Stefan Laufer, professor da Universidade de Tübingen, na Alemanha, que apresentará o curso de Highlights in Medical Chemistry. Nele, serão apresentadas as últimas novidades em Química Medicinal. “O convite foi feito para que o pesquisador possa trazer uma visão diferente da nossa; não para que nos subjuguemos à visão europeia, mas para fazer um contraste e ter um referencial externo de qualidade”, explica Eliezer Barreiro.

Além dos cursos, serão apresentadas conferências de segunda a quinta, às 11:30, abertas ao público. Também ocorrerá um tutorial prático em Química Computacional e Modelagem Molecular, e um curso de Noções Introdutórias às Patentes e Inovação Farmacêutica.

A novidade fica por conta de uma exposição, realizada no último dia, dos laboratórios da UFRJ. Serão exibidos painéis e pôsteres apresentados em congressos no ano anterior, que possam instigar os alunos a uma troca com professores e outros alunos vinculados àquela pesquisa. “Minha expectativa para essa atividade é que o nível de inibição que a garotada que está vindo de fora possa ter, que possa se sentir intimidada pelos professores mais seniores, possa ser rompido com a participação dos alunos de pós-graduação, numa espécie de tutorial ao vivo e a cores.”

Influências

A Escola de Verão tem maior participação de alunos de graduação, que somam até 90% do público. Os cursos são variados, entre Farmácia, Química, Biologia, e é interessante notar que a própria Escola tem influência na formação desses estudantes. Na décima quinta edição, foram identificadas pessoas que participaram da primeira e segunda edições e, depois de doutorados, viraram professores de química farmacêutica.

A influência também se dá dentro da própria universidade. A aproximação com o Programa de Farmacologia propiciou a criação da pós-graduação em Farmacologia e Química Medicinal, que é o único curso no país com essa denominação. Este, dando seus próprios passos, já realiza seu III Curso de Verão em Farmacologia.

Mais informações

Visite o site oficial da Escola de Verão em Química Farmacêutica e Medicinal, na página do evento na internet, para programas e informações adicionais.