Pesquisadores dos quatro cantos do mundo lotaram o auditório Rodolpho Paulo Rocco nesta quarta (4/11), durante a abertura do III Congresso Internacional sobre Biologia de Víbrios, que ocorre até o dia 6 de novembro. Fabiano Thompson, um dos coordenadores do evento e professor do Instituto de Biologia, deu as boas-vindas aos presentes, tanto no Rio de Janeiro como na UFRJ, enfatizando tratar-se de uma das maiores e mais tradicionais universidades do Brasil.
De acordo com Fabiano, víbrios são bactérias presentes em oceanos, rios e lagos, que atuam como indicadores de mudanças ambientais em meios aquáticos. Apesar de conviverem em equilíbrio com o meio ambiente, algumas espécies de víbrios sofrem alterações estruturais e se transformam em propagadores de doenças que acometem diversos seres vivos, inclusive humanos. Na Biologia, os víbrios são considerados organismos-modelo.
Segundo o professor, o Banco de Abrolhos, situado ao sul da Bahia, é o maior e mais rico recife do Atlântico Sul, possuindo importância estratégica para o equilíbrio ambiental do planeta. No entanto, algumas das mais importantes espécies de corais lá situadas estão sob processo de extinção. O pesquisador explicou que alguns víbrios, como V. alginolyticus, V. coralliilyticus e V. harveyi, parecem ser os responsáveis pela infecção de corais.
Thompson falou sobre a taxonomia genômica dos víbrios, destacando a importância de descrever cada espécie. Através de gráficos, o professor mostrou que nem sempre há clareza na distinção de diferentes espécies. “O uso do códon talvez seja útil para distinguir gêneros, mas não para espécies”, afirma. Ele destacou que existem facilidades no estudo de víbrios associados a corais brasileiros, concluindo que as bactérias de fato influenciam na saúde dos corais. Em seu trabalho, Fabiano sempre busca compreender melhor os processos microbianos e ecológicos relacionados às doenças de diferentes espécies de corais.
Fabiano Thompson destacou que o III Congresso Internacional sobre Biologia de Víbrios é promovido pela UFRJ, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).