A quarta edição da Semana da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, realizada de 4 a 6 de novembro, debateu temas importantes da Arquitetura e Urbanismo, como a “habitação social”, em torno do qual giram as palestras deste ano. Durante a mesa de abertura, Gustavo Rocha-Peixoto e Cristóvão Duarte, respectivamente diretor e diretor adjunto de extensão da FAU, ressaltaram a importância de se discutir o assunto que, segundo eles, deve ser um direito universal assegurado a todo cidadão.
Orlando Júnior, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), comentou a necessidade de uma gestão democrática das cidades, onde todos participem na orientação da construção das moradias. Para o docente, o direito universal à moradia esbarra na mercantilização da habitação, que, segundo ele, “é mediada pela propriedade privada, onde casas só são adquiridas por compra ou aluguel”.
Silvia Barbosa, arquiteta do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), demonstrou, através de slides, os rumos da habitação no Brasil desde o século XIX, como a criação do Banco Nacional da Habitação em 1964, e o surgimento da primeira favela do Rio de Janeiro, o “Morro da Favela”. A comunidade hoje conhecida como “Morro da Providência”, no centro do Rio de Janeiro, teve origem após da expulsão dos moradores do Cortiço Cabeça de Porco, em 1897, e a vinda dos soldados egressos da Guerra de Canudos.
Para Gustavo Rocha, a Semana da FAU colocou em pauta um assunto raramente tratado no ambiente universitário e “de grande relevância para o que se espera de uma faculdade pública de Arquitetura e Urbanismo”. Já Cristóvão Duarte afirmou que o tema da habitação social é valoroso para o compromisso da universidade com a sociedade. “Uma faculdade pública de Arquitetura, num país com um déficit de 6 milhões de habitações, não pode ignorar o tema da habitação social, mas sim, se qualificar para enfrentar o desafio”, analisou.