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Trabalho informal em baixa

Apesar de abocanhar 27,2% dos postos de trabalho no Brasil, o emprego no setor informal demonstra eficiência reduzida na produtividade. É uma das conclusões alcançadas por João Hallak Neto, Katia Namir Machado Neto e Luciene Rodrigues Kozovitz, da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, na pesquisa "Setor e emprego informal no Brasil: análise dos resultados da nova série do sistema de contas nacionais — 2000/2006". Hallak também indicou o crescimento da formalização no mercado e frisou a importância de distinguir setor e emprego informal durante a apresentação dos resultados do trabalho, ontem (13/10), no Instituto de Economia da UFRJ.

Utilizando como referência a atual revisão do Sistema de Contas Nacionais (SCN) — que disponibiliza, no momento, dados completos apenas até 2006 — e os conceitos estipulados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), os pesquisadores ligaram "setor" à forma de organização das unidades produtivas. Já "emprego" refere-se ao tipo de vínculo empregatício. O trabalho informal é uma unidade dentro do setor de produção familiar e foi definido como aquele que não tem carteira assinada ou é autônomo.

Analisando as relações existentes entre setores de produção e emprego, os pesquisadores puderam concluir que o trabalho formal está crescendo. Passou a ter presença mais expressiva no valor adicionado — valor criado por um agente econômico —, passando de 72,8% para 78,4%. Além disso, foram criados mais de oito milhões de postos de trabalho com vínculo empregatício, elevando a participação da formalidade no total de ocupações de 38,2% para 42,4%.

O trabalho informal, pelo contrário, vem perdendo espaço no cenário brasileiro. Apesar de os 25 milhões de postos representarem ainda um número significativo no total de ocupações, como na maioria das economias menos desenvolvidas, têm mostrado baixa produtividade. A pesquisa revelou que sua contribuição na geração de valor adicionado é apenas de 9,9%.