Nesta quarta-feira (7/10), durante o segundo dia de exposições da XXXI Jornada Julio Massarani de Iniciação Científica, o estudante Rafael Pereira do Rego apresentou, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, um trabalho de pesquisa sobre o que é ser independente, focando a discussão nos produtores cinematográficos e em sua relação com o Mainstream.
Ao se questionar sobre o que é ser independente, por quê, para quê, dentre outros ‘quê’s, o estudante mostra que assim como a maioria dos estudos encontrados sobre o assunto, a resposta mais clara e objetiva seria composta pelas duas palavras proferidas pelo jovem: “Não sei”.
Mais a fundo na pesquisa, e menos preocupado com soluções, Rafael demonstra a quantidade de fatores ambíguos que constituem o que poderia ser chamado de independência, dentre os quais se encontram: a distância dos grandes conglomerados, assumir os riscos individuais – fator que torna o produto único, segundo o pesquisador – e a liberdade para se aproximar das minorias, sem a preocupação mercadológica.
Estaria dividida em vários setores a independência, categorizados da seguinte forma pelo estudante: econômico, político-institucional, tecno-estético e sócio-cultural. Cada um com suas determinadas características teria um quadro em que se definem as “atitudes”, ou formas de se comportar, de uma entidade considerada independente.
Os indicadores que norteiam a indústria cultural e econômica, intimamente entrelaçadas, são o poder, o lucro e a escassez, aponta Rego, mas o Mainstream está em busca de renda, não se preocupa com o lado artístico, este ficaria a cargo dos pequenos produtores, que com sua carga de risco impõem a continuidade da busca pela independência.
Rafael incentiva o lado da produção independente, mas não se deixa levar por uma análise rasa, e critica também a forma convencional de se produzirem os filmes conhecidos como “independentes”, quando diz que “aqui (no Brasil), produção independente é o mesmo que ‘Produção nacional financiada pelo Estado’”.