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Conferência sobre filosofia começa com homenagens a Richard Rorty

Filósofo falecido em 2007 recebe homenagem em evento realizado no CFCH.

 Teve início, nesta terça-feira (20/10), o 1º Colóquio Internacional Richard Rorty, com sede no Auditório Manoel Maurício do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ. Organizadora do evento e integrante do PPGF – Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ, a professora Suzana de Castro liderou a mesa de abertura da conferência, que também contou com a participação de Ana Maria Monteiro, diretora da Faculdade de Educação, Fernando Rodrigues, coordenador do PPGF, e Alan Malachowski, docente da Universidade de East Anglia (Inglaterra), responsável por apresentar a palestra inicial.

“Eu gostaria de destacar o trabalho e a iniciativa da comissão organizadora e a nossa satisfação com a parceria desenvolvida com o Departamento de Filosofia da UFRJ, que possibilitou a realização desse evento, importante para a discussão sobre as diferentes percepções relativas ao campo da Educação, dentro da área das Ciências Humanas”, afirmou Ana Maria Monteiro, ressaltando ainda a continuidade das atividades ao longo dos outros três dias de seminário (21, 22 e 23 de outubro), com a presença de conferencistas internacionais para o debate acerca da “Filosofia como política cultural”.

Grande homenageado do colóquio, que leva seu nome, o filósofo pragmatista norte-americano Richard Rorty foi alvo dos elogios de Suzana de Castro. “Apesar de ele não ser um autor com o reconhecimento e com a repercussão que merecia, essa foi uma forma que encontramos de prestar uma homenagem a Rorty, plantando uma semente e abrindo espaço para um debate no meio acadêmico”, afirmou ela, que lamentou o falecimento do filósofo em junho de 2007. “Fomos pegos de surpresa. Já havíamos feito inclusive contato com ele para sua participação em um outro evento anterior aqui no Brasil”, explicou.

Com o tema “Fazendo a diferença na política cultural: as intervenções de Rorty”, o professor Alan Malachowski ressaltou que seus colegas filósofos analíticos continuam cedendo à tentação de ignorar o trabalho de Rorty, que propagava abertamente um convite à liberalidade da análise filosófica. “Seu último livro foi uma provocação sem igual. Rorty manifestava e lapidava suas críticas práticas, que atingiam, ao contrário do que tenta demonstrar a corrente tradicional, muito além da superficialidade filosófica”, defendeu Malachowski.

O especialista explicou ainda que há outro grupo que desconsidera as ações de Rorty, discordando dos tipos de provocações feitas por eles. “Existem aqueles que parecem insatisfeitos por Rorty não ser suficientemente provocador, afirmando que suas ideias não passam de frustrações insignificantes, incapazes de alterar o estilo de filosofia analítica”, relatou. Segundo Malachowski, Rorty defendia também a ideia de que os políticos se utilizam de uma conversa ontológica para se comunicar socialmente, escolhendo as palavras certas para adotar a mesma linguagem de seus receptores e alcançarem grandes conquistas. Algo que nunca foi bem visto por muitos pensadores.