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Serviço Social na penitenciária feminina

Um dia após a abertura, nesta terça-feira (06/10), a XXXI Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica (JIC) recebeu entre muitas de suas exposições um estudo da atuação do Serviço Social na penitenciária Talavera Bruce, realizado pela estudante Fernanda Carneiro Soares e apresentado na Escola de Serviço Social da UFRJ, na Praia Vermelha.

Em uma análise feita ao longo de um ano, iniciada em 2008 e finalizada em agosto de 2009, a estudante acompanhou, durante o estágio que realizava na penitenciária, a capacidade de trazer mudanças e de criar laços para uma real ressocialização da mulher que se encontra em unidades prisionais.

Antes de quaisquer sugestões, foi feito um traçado do perfil dessas mulheres, revelador de algumas características em comum, como: maioria de cor parda e negra, grande parte constituída de rés primárias, baixa renda e baixa escolaridade.

Numa avaliação do que a instituição oferecia efetivamente como ferramenta de ressocialização, Fernanda aponta a falta de materiais suficientes para que se possam realizar mudanças em algum grau significativo, além de espaço restrito para se estabelecerem atividades indutoras de novos hábitos.

Ao citar as ideias levadas pelo departamento de Serviço Social, ela demonstra a necessidade de oficinas a serem realizadas com as internas e enfatiza a extrema importância, para a eficácia do sistema de disciplina e reintegração, da atuação junto às famílias das pessoas envolvidas nos sistemas penitenciários.

Para ela, é condição sine qua non que haja mais estudos envolvendo o sistema prisional, pois ainda existem poucos olhares voltados para esse fator nas Escolas de Serviço Social.  E “sem que se promova um acompanhamento da população carcerária por pessoas capacitadas, o quadro não tende a melhorar”, diz.