Categorias
Memória

Graduandas da Biologia apresentam seus trabalhos na Jornada

Na tarde desta terça-feira, 6 de outubro, dando continuidade à XXXI Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC), graduandos do Instituto de Biologia (IB/UFRJ) apresentaram trabalhos sala 09 do bloco G do Centro de Ciências da Saúde, no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho. Em sua pesquisa, Talitha Cardozo traçou a fauna de roedores do estado do Rio de Janeiro, na busca por possíveis responsáveis pela disseminação do hantavírus. Já Rayanne Setúbal comparou a influência da ação do homem em duas lagoas da Cidade de Macaé, no Rio de Janeiro.  

O trabalho de Talitha, “Caracterização da Fauna de Roedores Silvestres Potenciais Reservatórios de Hantavírus no estado do Rio de Janeiro”, expôs que o Hantavírus está relacionado à hantavirose, doença de alta letalidade provocada pelo contato do homem com secreções ou excretas de roedores silvestres. O vírus também causa infecções graves como a Síndrome Pulmonar por Hantavírus, doença muito comum na América do Sul.

O principal objetivo do estudo foi analisar o porquê de apesar do Ministério da Saúde constatar, entre 1993 e 2008, 1100 casos de hantavirose em 14 estados brasileiros nenhum havia sido encontrado no Rio de Janeiro. A partir da coleta de 162 roedores silvestres em municípios das regiões Sul Fluminense, Centro Fluminense e Metroploitana foram diagnosticados evidencias sorológicas e moleculares da circulação do hantavírus em roedores Olygoryzomis nigripes e sorológicas em humanos.

Assim, foi dado um importante passo para o controle da transmissão da hantavirose no estado. O estudo continua em desenvolvimento no Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios na Fundação Oswaldo Cruz.

Rayanne apresentou o trabalho “Influência da abertura de barra sobre a Comunidade Zooplânctonica de duas lagoas costeiras (Macaé – RJ) em diferentes estados de conservação”. Foram comparadas as lagoas Cabiúnas e Imboassíca. A primeira se localiza no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e é considerada como natural, enquanto a outra fica no perímetro urbano de Macaé, é bastante degradada, considerada como impactada.

De acordo com a pesquisadora, lagoas costeiras sofrem com excessiva degradação em razão de ações do homem, como a ocupação das margens e o lançamento de efluentes. Para o estudo, a diversidade de zooplânctons foi analisada como indicador em relação ao impacto da abertura de barras de areia nas duas lagoas em novembro de 2005. Tal abertura aumenta a salinidade das águas. Foram coletados amostras de zooplânctons de novembro de 2004 a outubro de 2006.

Os resultados apontaram que na lagoa de Cabiúnas a diversidade de zooplânctons foi pouco afetada, porém a densidade diminuiu consideravelmente. Enquanto que na lagoa de Imboassíca houve aumento da densidade e diminuição da diversidade. Concluiu-se que uma mesma alteração, em lagoas de naturezas tão distintas, afetou em maior escala a lagoa que historicamente sofreu maior impacto (Imboassica). Contrariando a tese de que a lagoa natural sofreria mais danos.