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Evento sobre a Antártida atrai crianças

Aquecimento global, derretimento das calotas polares e a consequente extinção de inúmeros seres vivos são temas que ocupam cada vez mais os cadernos científicos e políticos de jornais do mundo inteiro. Seguindo a tendência, no dia 2/10 o Fórum de Ciência e Cultura recebeu na Casa da Ciência o evento “Rio de Janeiro na Onda Antártida (International POLAR-PALOOZA – histories from a changing planet).”

O principal objetivo do encontro foi demonstrar de modo simples e lúdico as alterações provocadas pela interferência do homem ao meio ambiente. A participação de especialistas na área proporcionou mais legitimidade ao tema. Antônio Rocha Campos (geólogo da Universidade de São Paulo), Sridhar Anandakrishnan (glaciólogo de Pennstate University), Kathy Licht (geóloga pela Undiana University-Purdue), Lúcia Campos (bióloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Jefferson Simões (glaciólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) dividiram suas experiências com o público. Todos são envolvidos com pesquisas nas regiões da Antártida e do Ártico.

Jefferson Simões, o primeiro brasileiro a atravessar a Antártida, em 2004,  demonstrou empolgação com o projeto. Ao ser questionado a respeito do que acredita ter visto mudar nos últimos anos, salientou que filmes como “Uma Verdade Inconveniente” de Al Gore foram importantes para lançar luz ao tema, mas que não se pode deixá-lo cair no esquecimento. “O tempo é a melhor maneira de trabalhar com assuntos complexos”, aponta.

Também afirmou que, atualmente, o desafio não é a falta de recursos. “Nesses últimos três anos o governo colocou mais de 20 milhões de reais em investimentos na ciência.” E prossegue: “Hoje o problema maior para nós é o Sistema Judiciário e sua burocracia excessiva.”

Crianças foram as maiores beneficiadas

Interativo, o evento atraiu o interesse dos muitos meninos e meninas. Contou com a exposição de um pequeno vídeo de abertura, multimídias diversas, jogos e sessão de autógrafos, ao fim da palestra. Em dado momento, uma bota para caminhar no gelo foi passada pelas mãos dos pequenos espectadores, o que lhes arrancou várias exclamações admiradas.

Apesar de o tema não ser de modo algum infantil, foram as crianças as principais responsáveis por lotar quase todas as cadeiras do salão. Todas eram beneficiadas pelo Instituto Lecca, cuja missão é auxiliar no enriquecimento cultural e acadêmico de jovens super-dotadas de famílias de baixíssima renda.

Para a professora de inglês Miriam Almeida, a grande importância do encontro foi a de conscientizar as futuras gerações para os desafios do futuro e, principalmente, fazê-las ter interesse pela ciência.  

Finalizado nas palavras de Kathy Licht, o mote principal do evento não poderia ser outro: “Nós não sabemos de tudo, mas sabemos o bastante para agir.”