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Direção de Arte em expansão

Em um mundo marcado pela contemporânea convergência de mídias, a busca por novos formatos e pela diversidade de criação traz um novo perfil para a direção de arte. Foi sobre essa expansão de horizontes e essas novas tendências que falou Leonardo Gomes, professor e designer, em palestra ministrada nesta quinta-feira (01/10), na UFRJ.

Se a originalidade é um dos pontos mais apontados pela publicidade, para Leonardo o cerne da questão não é o mesmo, mas sim a criatividade, “Não há invenção da roda. É preciso ser criativo, para que possa se apropriar do que já foi feito e trazer reformulações em cima disso”, comenta.

Ao falar da importância do reconhecimento do outro nas campanhas publicitárias, o professor disse se tratar de um “elo entre os sujeitos” a publicidade, muito mais do que o antigo quadro de “venda a qualquer custo”. “Afinal de contas, o primeiro objetivo de qualquer campanha é estabelecer comunicação”, diz.

Convite para conversa

O relacionamento com o público se dá cada vez mais intenso e mais importante, segundo o designer, e esses limites de contato tem sido freqüentemente quebrados. Como no exemplo que deu referindo-se a um caso ocorrido na Inglaterra, onde uma campanha de divulgação das bonecas “Barbie” foi responsável pela pintura de todo um quarteirão de casas com a cor rosa. A atenção dada ao acontecimento foi tanta, que comerciantes locais pediram que o mesmo fosse feito em seus quarteirões.

Um caso curioso, mas que se encaixa bem ao modelo defendido pelo palestrante, em que antes de informar, existe o convite para a conversa. Dá-se uma consolidação do caminho que a publicidade vem trilhando, ao qual a direção de arte também tem se atrelado, segundo Leonardo, que diz que “desde o início do comércio, mercado é conversa”.

Cores, tipografias e formatos já não se bastam, o professor argumenta que a direção de arte precisa beber de outras fontes, como o design de produtos e de ambientes. “É preciso ir além das peças bidimensionais, procurem algo que se atrele a experiência cotidiana das pessoas”, defende.