A Pró-reitoria de Pessoal (PR-4) da UFRJ, juntamente com o Instituto Prevenir é Saúde promoveu na segunda-feira, dia 31, a palestra “Gripe: uma doença emergente”, no auditório Manuel Maurício de Albuquerque – do Centro de Filosofias e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ. Edimilson Migowisky, doutor em Infectologia e professor do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG – UFRJ), procurou responder às principais dúvidas da população quanto à gripe causada pelo vírus H1N1, também conhecida por “gripe suína”.
O médico explica que o vírus em questão é mutante e surgiu de uma mistura entre vírus do porco, da ave e do homem. Por sofrer alterações, ele pode se adaptar a diferentes locais e contaminar o mundo todo, gerando as chamadas pandemias. Para ele, no entanto, a preocupação deve ser permanente, já que “nenhuma gripe é banal”. Ele explica, ainda, que até as gripes sazonais (que variam de incidência de acordo com as estações do ano) podem ser prejudiciais e letais.
Conhecendo a Gripe
“A melhor forma de agir é prevenir. E isso só pode acontecer se a população estiver bem informada”, defende Migowisky. Uma das principais dúvidas que as pessoas têm gira em torno da diferença entre resfriados, gripes e a gripe provocada pelo H1N1. A primeira doença é caracterizada por coriza, tosses brandas, espirro e febre baixa. As gripes em geral costumam trazer sintomas mais fortes; e a “suína” é marcada por febre alta e repentina, além de agravamento de todos os sintomas, como dores de cabeça, musculares, apatia, entre outras. E costuma se estender por cinco a sete dias.
“O período de encubação do vírus vai de um a quatro dias após a infecção. Por conta desse curto intervalo de tempo, a vacinação é complicada, apesar de ser recomendada a grupos de risco, – como bebês, idosos, gestantes e profissionais da saúde”, aponta Migowisky.
Tratamento e Prevenção
O vírus causador da doença é muito contagioso, como garante o especialista. Mas o contágio só se dá por via aérea, numa distância inferior a um metro entre vítima e infectado; ou por objetos recentemente contaminados, quando em contato com boca, nariz ou olhos. O diagnóstico da doença ainda é clínico, já que os exames só são recomendados em pacientes de risco. O tratamento se dá com repouso, ingestão de bastante líquido, antibiótico.
Segundo o infectologista, a substância Oseltamivir (encontrada no medicamento Tamiflu) impede que o vírus se espalhe pelo resto do organismo, mas ela só deve ser consumida quando recomendado por médicos. Migosky lembra que as máscaras são destinadas a pessoas infectadas e devem ser trocadas a cada duas horas.
O especialista garante que a gripe só poderá ser erradicada se todos tomarem as providências necessárias. “O melhor método para se prevenir é lavar sempre as mãos, já que o vírus se instala na camada de gordura sobre a nossa pele. Por isso, uma simples lavagem com água e sabão ou o uso de álcool 70% já são suficientes para matá-lo”, explica. Ele defende, ainda, que os ambientes hospitalares são os locais onde há o maior risco de infecção e, por isso, devem ser evitados ao máximo.