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Celebração resgata história do Centro de Ciências da Saúde

A celebração dos 40 anos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ,  completados no dia 4 de setembro, aconteceu nesta segunda-feira (21/9), em uma Sessão Especial do Conselho de Coordenação do Centro. A comunidade acadêmica compareceu em peso ao auditório Rodolpho Paulo Rocco para prestigiar a conferência do professor Antonio Paes de Carvalho, que acompanhou a criação do CCS e grande parte de seu desenvolvimento.

O professor recuperou momentos importantes do Centro por um discurso traçado em retrospectiva histórica. Para ele, a trajetória do CCS é constituída por quatro décadas de amadurecimento de ideias. Antonio Paes de Carvalho destacou o lema do cientista Carlos Chagas Filho, de quem se considera discípulo: “a universidade ensina porque pesquisa”.

O conferencista lembrou que havia preconceito em relação a pesquisas científicas que não fossem diretamente relacionadas à Medicina. O fim desta mentalidade, incentivado por Carlos Chagas Filho, representou um dos grandes passos para o desenvolvimento e foi crucial para que o CCS alcançasse seu nível de excelência.

Antonio Paes de Carvalho frisou que o CCS é fruto de uma reforma imposta durante a ditadura militar, que transformou a estrutura das universidades no Brasil. Tornou-se obrigatória a organização em centros e os cursos de graduação precisavam ter ciclo básico de disciplinas. “Com a medida, houve uma quebra da hierarquia dentro da universidade. Jovens professores adjuntos revolucionaram o planjamento da reforma”, apontou. Ele se referia ao fato de que docentes em início de carreira passaram a ter liberdade para ocupar cargos de chefia, caso fossem aptos, para trazer novas ideias e reciclar o ensino. “Isso fez com que meditássemos sobre a hierarquia do saber. Eu mesmo, quando passei de adjunto a titular, senti um vazio de poder”, brincou.

O palestrante ressaltou a importância da inauguração do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), em 1978, e a instalação de outras unidades hospitalares. Ainda apontou a criação do pólo técnológico Bio-Rio, fundação que une diversas instituições com a ideia de prospecção tecnológica. No entanto, em relação à integração entre universidade e empresa, proposta da Bio-Rio, o professor questiona se o CCS é bem atendido. Ele acredita que uma desarticulação entre os setores esteja impedindo que o pólo tecnológico seja plenamente aproveitado por alunos e profissionais do Centro.

Finalizando a apresentação, Antonio Paes de Carvalho prestou sua homenagem aos profissionais que construíram a história do CCS. “Por 40 anos vi passarem pelo Centro decanos e diretores que atuaram de forma magnífica. Tenho certeza de que nada menos do que um futuro brilhante aguarda o CCS. É isso que desejo”, conclui.

Em continuidade à celebração, os ex-decanos foram homenageados com uma placa. Almir Fraga Valladares, atual decano do CCS, e Sylvia Vargas, reitora em exercício, conduziram a cerimônia. Houve ainda a apresentação das novas marca-símbolo e página do CCS, que ficou a cargo de Diana Maul, coordenadora de Extensão do Centro e Tatiana Damianni, publicitária da Coordenadoria de Comunicação (CoordCom) da UFRJ.