O professor da Escola de Química da UFRJ, Carlos Russo, recebeu da 
UFRJ o título de Professor Emérito, em cerimônia realizada nesta quarta-feira (16/09), no Salão Pedro Calmon, do Fórum de Ciência e Cultura (Campus da Praia Vermelha). Segundo a vice-reitora da UFRJ, Sylvia Vargas, responsável pela outorga do título, o adjetivo “emérito” caracteriza alguém que comprovou grande competência. “Esse é o maior reconhecimento da academia para professores que, mesmo já aposentados, continuam contribuindo com grande valor para a instituição”, declarou Sylvia. Apesar da aposentadoria compulsória, em setembro de 2005, Russo ainda colabora regularmente como orientador dos cursos de Química Ambiental.
A solenidade contou ainda com diversas autoridades acadêmicas que compunham a mesa do Conselho Universitário. Encarregado de fazer o discurso em homenagem ao desempenho de Russo, o professor titular da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe/UFRJ) e seu amigo pessoal, Geraldo Lippel, fez questão de ressaltar as características que marcaram sua carreira como professor da UFRJ. “Carlos Russo foi um homem que sempre prezou o esforço, o trabalho, a objetividade e a grandeza em considerar que o coletivo estava acima do individual”, afirmou Lippel, lembrando também da origem humilde e da numerosa família de Russo, que desde os seis anos já trabalhava para conquistar o seu espaço.
O começo da carreira e o reconhecimento
O início da relação acadêmica do engenheiro químico com a UFRJ se estabeleceu em 1968, com sua vinculação ao Coppe, logo após voltar da Europa, aonde ganhou experiência com trabalhos no exterior e se tornou Ph.D. pela Leeds University, na Inglaterra. “Além de um perfil legendário, que nunca deixou de mostrar intensa dedicação ao estudo, ao ensino e à pesquisa, Russo também realizou inúmeras ações notáveis”, complementou Lippel, se referindo às obras de revitalização dos laboratórios de química, aos serviços de manutenção prestados ao Coppe, à reurbanização de espaços, à valorização das bibliotecas, entre várias outras iniciativas de Russo.
“É muito importante a universidade reconhecer a contribuição de seus professores, não só academicamente, mas também socialmente”, afirmou o atual decano do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, Walter Suemitsu, um dos muitos membros do conselho a parabenizar publicamente Russo por sua conquista. Enfatizando ainda a relevância do corpo docente do CT, Suemitsu lembrou que outros também já receberam tal congratulação. “No total, temos oito professores que já foram homenageados com o título de emérito”, especificou.
“A oportunidade de olhar para trás” e os familiares
Em sua própria fala, Carlos Russo apresentou um longo e bem-humorado histórico de sua vida, desde os tempos de menino, em que trabalhava como entregador de pão para seus vizinhos, no bairro de Santa Teresa, até épocas recentes, nas quais desenvolveu significativas pesquisas sobre transferência de calor, passando inclusive por seus dias como decano do CT, função considerada por ele como a mais importante desenvolvida dentro da UFRJ. “Receber esse título me deu a oportunidade de olhar um pouco para trás na minha vida”, explicou.
Contando uma por uma suas conquistas acadêmicas (e não elas foram poucas) que o conduziram até o nível que alcançou, Russo reservou para o final de seu discurso o momento de compartilhar também suas conquistas pessoais. Citando o fundamental apoio de suas filhas, netos e, principalmente, sua esposa, a quem fez uma emocionada declaração em alemão, o mais novo professor emérito da UFRJ agradeceu à instituição “por receber tamanha honraria”.
Ao término da cerimônia, foi a vez da vice-reitora retribuir os agradecimentos e, utilizando-se das próprias palavras de Carlos Russo, encorajar a continuação do trabalho do professor. “Esse título, a parte de qualquer burocracia da legislação, enobrece sua participação ativa na vida acadêmica-administrativa e lhe confere a responsabilidade de continuar efetivando mudanças nas diretrizes universitárias. Esteja convicto de nossa gratidão por sua prestação de serviços, mas tenha certeza que esta universidade ainda espera muito mais da sua contribuição”, concluiu Sylvia Vargas.