Na Plenária de decanos e diretores, realizada na segunda-feira, dia 31 de agosto, o professor Nelson Souza e Silva fez uma minuciosa apresentação do Complexo Hospitalar da UFRJ. O Complexo – que terá uma unidade orçamentária própria, lhe permitindo maior autonomia de gestão – é formado pelas oito unidades hospitalares da universidade. Para Souza e Silva, a estrutura médica disponível é ideal, pois conta com setores: materno-infantil, cardiovascular, neurociências, de atenção básica, além de um hospital de grande porte, capaz de procedimentos complexos.
Os números do Complexo são grandiosos. Com mais de 800 leitos, é o maior complexo hospitalar do Brasil. Possui ainda 420 consultórios e 25 salas cirúrgicas. Excetuando-se os setores de limpeza e lavanderia, possui serviços próprios e 68 docentes ocupam cargos administrativos nessa estrutura.
Souza e Silva destacou que o Complexo não presta somente assistência, mas envolve atividades de pesquisa e ensino, e que pelo princípio acordado pelas unidades participantes, da eticidade, o bem individual de uma unidade não poderá se sobrepor ao bem-estar comum.
O professor elogiou o comprometimento da Faculdade de Farmácia com a proposta do Complexo Hospitalar (definindo projetos de cooperação com todas as unidades do Complexo) e exortou as demais unidades de ensino a tomá-la como exemplo.
Para Marcelo Land, o desafio para a universidade é realizar a integração docente-assistencial, pois, em sua opinião, algumas unidades médicas privilegiam o aspecto assistencial. Land propôs ainda que a gestão seja feita por resultados, mas não de acordo com algum receituário neoliberal, mas pela busca da excelência.
O reitor Aloísio Teixeira destacou que dentre as várias frentes de batalha contra a fragmentação, a efetivação do Complexo Hospitalar é a mais importante, pois envolve algumas das mais antigas unidades da UFRJ, mais habituadas assim à “cultura proprietária” quanto a estruturas, docentes, servidores técnico-administrativos e mesmo estudantes. “Repensando essas unidades, estamos repensando a universidade”, enfatizou o reitor.
Outro tema em discussão na Plenária foi a questão das vagas para docentes, previstas, sobretudo, para a expansão das atividades da universidade. O professor Luiz Afonso Mariz, pró-reitor de Pessoal (PR-4), informou aos presentes acerca da sobrecarga de trabalho da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) e da DVST (Divisão de Saúde do Trabalhador), que torna mais lentos os processos de homologação de concursos e de posse dos novos professores. Mas destacou que – no que tange às vagas de expansão – dos 183 processos já realizados apenas quatro ainda se encontram na CPPD.
Quanto às vagas para conversão, das 145 disponíveis, 109 já foram preenchidas. O pró-reitor tranquilizou os decanos e diretores de que nesse caso não há pressa, pois a universidade não depende de portaria ministerial para homologar os concursos restantes.
Além disso, Luiz Afonso Mariz antecipou que o governo deve oferecer, no âmbito do Reuni, mais 475 vagas para docentes e 998 para servidores técnico-administrativos (469 para funcionários de nível médio e 529 para nível superior). Todas essas vagas dependem de concursos que deverão ser homologados até o dia 30 de junho de 2010 para que a reestruturação universitária não dependa das prioridades do próximo presidente da República.