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Encontro reúne propostas para inovação, energia e meio ambiente

Pesquisadores apresentaram propostas de energia e meio ambiente.

 Foi realizada, nesta sexta, dia 21, no salão do Conselho Universitário, na Reitoria, a última reunião do Conselho Participativo do Plano Diretor (PD) da UFRJ. A solenidade teve por objetivo mostrar à comunidade as propostas do Plano nas áreas de inovação, energia e meio ambiente. O evento foi aberto pelo professor Pablo Benetti, presidente do Comitê Técnico do PD. Benetti enfatizou a expectativa da universidade de superar a herança da fragmentação e afirmou que a criação dos chamados “Centros de Convergência” resultará em uma quebra radical de paradigma.

A professora Ângela Üller, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa (PR-3), destacou que “a Cidade Universitária tem como vocação ser um espaço de inovação e experimentação, como atesta a existência, em seus limites, de três incubadoras de empresas, dois parques tecnológicos e os mais de 2.500 projetos assinados com empresas a cada ano”. Em seguida, Üller esboçou os principais projetos de inovação elencados no PD,  como o Veículo Elétrico Híbrido, cujo protótipo já está na garagem da universidade, com capacidade para 70 passageiros e projetado para oferecer maior acessibilidade. O veículo é movido por hidrogênio e eletricidade, não emite gases poluentes e o seu custo é cerca de cinco vezes inferior aos protótipos similares europeus. Sua autonomia é superior à necessidade habitual dos ônibus convencionais.

Aliando a necessidade de conservação ambiental, de geração de energia e de diminuição dos custos fixos no orçamento da UFRJ, há o projeto da Usina de Lixo. Em defesa da racionalidade dessa proposta, Üller ponderou que o Japão transforma 78% dos seus resíduos sólidos em energia e que, dentre as mais de 300 usinas de lixo instaladas na Europa, há uma nas margens do Rio Sena, em Paris.

Quanto ao Laboratório de Visualização Científica (LabCog),  por sua vez, foi apresentada a possibilidade de interação com as mais diversas áreas do conhecimento, por meio de testes em realidade virtual, podendo auxiliar tanto em pesquisas sobre o pré-sal como em aulas extraclasse do Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp-UFRJ).

O projeto que recebeu maior atenção foi o Maglev-Cobra, do pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação (Coppe-UFRJ) Eduardo G. David. O Maglev (do inglês magnetic levitation, em português, levitação magnética) consiste em um sistema de transporte, semelhante ao trem ou metrô, mas que flutua sobre trilhos imantados.  O projeto consome menos energia e tem menor custo de manutenção do que os sistemas metro e ferroviário, além de utilizar tecnologia mais sofisticada, patenteada no Brasil. O planejamento prevê substituir parte da frota de ônibus pelo Maglev, o que resultaria em uma economia equivalente ao custo do projeto, não incluindo os benefícios indiretos, sobretudo ambientais. Segundo David, “o veículo permitirá interligação com o metrô de Del Castilho e com a Fiocruz”, afirmou.

O Maglev é ainda, de acordo com David, uma ótima alternativa ao TAV (Trem de Alta Velocidade), cujo projeto inicial feito por uma consultoria inglesa trouxe diversos e polêmicos erros de estudo de impacto ambiental e urbanístico. O projeto da Coppe-UFRJ poderia aproveitar os trajetos das linhas de trem e, por utilizar vias em elevação, não necessitaria da escavação nos 15 quilômetros de caminhos subterrâneos, como previsto pelos consultores ingleses. “O TAV Roda-Trilho é uma máquina de datilografia. O Maglev é um computador”, compara Eduardo G. David. “É preciso quebrar paradigmas”, finalizou.