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Museu Nacional apresenta descobertas sobre pteurossauros

Pesquisadores do Museu Nacional apresentam estudo sobre o voo do animal pré-histórico.

 Uma pesquisa realizada por paleontólogos do Museu Nacional (MN) da UFRJ, em parceria com pesquisadores de Alemanha, Inglaterra e China, trouxe nova luz sobre o que se acreditava a respeito dos pteurossauros. Em coletiva realizada no último dia 5, o paleontólogo Alexandre Kellner, do MN, apresentou as descobertas e suas implicações nos futuros estudos sobre a espécie.

O trabalho foi feito a partir do fóssil Jeholopterus ningchengensis, de 130 milhões de anos, encontrado na China em 2002, cujas asas mediam 90 cm de uma ponta à outra. Graças ao bom estado de conservação do material, cujos tecidos moles também estavam preservados, foi possível perceber que a membrana da asa do animal era revestida por estruturas até então desconhecidas. Denominadas picnofibras, essas estruturas eram uma espécie de pelo, que revestia todo o corpo e parte da asa do pterossauro. Os cientistas acreditam que tal revestimento possibilitava o controle da temperatura do corpo do animal.

Outra conclusão foi a de que a membrana das asas do animal era composta pelas actinofibrilas, espécie de fibras musculares que permitiam a mudança no voo. Essa descoberta derruba o mito de que os pterossauros eram meros planadores. “São diferentes de tudo que temos hoje em dia; por isso, ainda não conseguimos definir bem sua composição”, explicou Alexander Kellner.

A descoberta foi feita com ajuda de uma nova técnica, desenvolvida na Alemanha, que utiliza raios ultra-violeta para mostrar os diferentes tecidos do fóssil. As conclusões dos pesquisadores deu fim à discussão sobre a formação da membrana alar desses animais, considerada um grande enigma da paleontologia. “A partir dessas novas informações temos dois desafios: descobrir qual era a composição dessas estruturas e como elas ajudavam na aerodinâmica do voo”, resumiu.

Os pteurossauros não eram dinossauros nem aves. Conhecidos como répteis voadores, seus fósseis são encontrados em rochas de 65 a 220 milhões de anos e já foram catalogadas 185 espécies diferentes. O Brasil se destaca como uma das áreas com maior número de fósseis encontrados, o que torna o país uma referência no estudo dessas espécies.

Uma réplica do pterossauro poderá ser visitada em breve no Museu Nacional da UFRJ, localizado na Quinta da Boa Vista, s/nº, São Cristóvão.