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Sociólogos debatem crise financeira

“A crise financeira e os seus impactos na sociologia” foi o tema de outra mesa-redonda realizada na quarta-feira, dia 29, durante o XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no campus da Praia Vermelha. Participaram do debate Volker Schmidt, professor da Universidade Nacional de Cingapura, Juarez Rubens Lopes, sociólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Maria Regina Lima, professora na área de Ciência Política.

Segundo Volker, o objetivo da sessão era fazer uma reflexão sobre as consequências da crise financeira. Um dos pontos importantes abordados foi a questão da pobreza. “Os países subdesenvolvidos sofrem com a atual conjuntura, mas as pessoas miseráveis quase não sentem os efeitos dessa crise. Quem vive com 1 dólar por dia não sentiu muitas mudanças”, afirma. Além disso, o golpe na credibilidade do neoliberalismo e o surgimento de uma nova ordem mundial foram citados como consequências imediatas.

Juarez Rubens Lopes acredita que, com a crise mundial, o ritmo do processo de globalização vai diminuir, mas não de forma permanente. “Em poucos anos, voltará o ritmo de diminuição das fronteiras políticas e econômicas”, disse o sociólogo.

O professor da Unicamp também ressaltou a importância de um diálogo maior entre sociólogos e economistas. “Nos últimos 30 anos, a Sociologia se omitiu. Nós só olhamos os impactos. Os economistas vêm nos ajudando em várias pesquisas, porque, afinal, as transformações que estão ocorrendo no mundo são basicamente econômicas e tecnológicas.”

Maria Regina Lima finalizou o debate buscando dar uma perspectiva temporal ao tema. Para explicar a crise financeira, a professora fez uma análise do mundo pós-Guerra Fria, com o surgimento de uma nova ordem mundial diferente da bipolaridade encontrada desde o final da Segunda Guerra Mundial.

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