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Soberania do bolso é questão de escolha

Professor do Instituto de Economia dá dicas de como priorizar os gastos e equilibrar o orçamento doméstico.

Para se manter soberano sobre o próprio bolso os requisitos fundamentais são: ter disciplina, ser organizado e valorizar o esforço do próprio trabalho. É o que defende o professor Nelson Chalfun, do Instituto de Economia, que realizou no início da tarde de quarta-feira (15/7) uma palestra sobre o controle de finanças pessoais e familiares para um auditório lotado no Centro de Tecnologia. Para o professor, há dois tiranos da soberania do consumidor, o governo e a publicidade, o primeiro por meio dos impostos e o segundo induzindo as escolhas pessoais.

Segundo Nelson Chalfun, nem todos têm o dom da administração financeira, mas existem regras básicas para utilizar e desfrutar melhor do dinheiro e das oportunidades que ele oferece. “As pessoas podem aprender a evitar os excessos e cair no endividamento. O segredo é o autoconhecimento, ou seja, a capacidade de hierarquizar, de categorizar as prioridades entre o que é necessário,  é urgente ou é importante, mas que pode ser adiado conforme a capacidade financeira de cada um”, afirmou ele.

Durante a palestra que durou quase uma hora, o professor explicou o quanto se deve valorizar o fruto do esforço e empenho no desempenho de qualquer atividade. “Já diz o ditado popular que o dinheiro foge de quem o maltrata. Quem não dá valor ao que ganha, na verdade, está se autoflagelando”, opinou, antes de mostrar como listar as prioridades de consumo e montar orçamentos periódicos, que ajudam a esclarecer como e onde as pessoas gastam.

Para o professor Chalfun, é um problema muito complicado administrar as finanças em família, principalmente aquelas com filhos, que tornam a organização mais complexa. “Devemos orientar os filhos a também ter disciplina financeira, ensinando-os a determinar as prioridades em relação ao uso do dinheiro. Ensinar que ninguém jamais vai ter tudo o que deseja”, aconselhou o professor, que arrancou risos do público ao comentar situações de risco e como evitá-las.

Embora a proposta da palestra não fosse ensinar a ninguém como enriquecer, o professor destacou que a “riqueza não se traduz em moeda, pois ela pode desmanchar no ar como tudo o que é sólido. Os recursos que temos são importantes e se você não levar a sério o trabalho que faz está se destruindo. O dinheiro traz felicidade à medida que as pessoas souberem casar a relação monetária com a felicidade”, concluiu.