Categorias
Memória

Formação de professores e a educação básica

O auditório Leopoldo de Méis recebeu nesta sexta-feira, 3 de julho, o simpósio “Sistema Nacional de Formação de Professores e a Educação Básica: o papel da nova Capes”, com apresentação do professor Celso Costa, diretor de Ensino a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Promovido pelo Programa de Educação, Gestão e Difusão em Biociências do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM/UFRJ), o evento teve por objetivo divulgar o plano da CAPES para incrementar a Educação Básica no Brasil a partir da integração com o Ensino Superior.

A solenidade de abertura teve a participação do Reitor da UFRJ Aloísio Teixeira, da diretora do IBqM Débora Foguel e do diretor da Capes. O encontro ainda contou com a presença do Professor Emérito do IBqM Leopoldo de Meis e do diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ Antônio José Alves.

Na abertura do simpósio, Débora Foguel fez uma breve apresentação da trajetória do IBqM no que diz respeito aos seus projetos de extensão que visam a integração entre o instituto e a Educação Básica. O início se deu em 1988, quando, por iniciativa do professor Leopoldo de Méis, o IBqM passou a oferecer cursos de férias para estudantes do Ensino Médio.

Esse projeto cresceu, incorporou professores e alunos do Ensino Fundamental e não somente no período de férias. Jovens talentosos passaram a ter acesso aos laboratórios da universidade e a estudar inglês, de modo que futuramente pudessem ingressar no Ensino Superior de qualidade. Em 1994 o instituto criou o curso de especialização para os professores da Educação Básica. Atualmente, o modelo desenvolvido pelo ICB é adotado em instituições de ensino em estados das regiões sul, norte e nordeste.

O reitor ressaltou a importância da educação para a transformação do indivíduo e, por consequência, do país, além da necesidade de valorização da formação dos docentes. “O Instituto de Bioquímica Médica sempre esteve na vanguarda, impregnado pelo espírito que o Leopoldo (de Méis) introduziu. Não haverá uma Educação Básica melhor se não houver participação da universidade. E o Ensino Superior precisa da Educação Básica de qualidade”, destaca Alósio Teixeira.
 
Plano Nacional de Formação de Professores

“Estruturar a colaboração das instituições públicas para a Educação Básica”, ressaltou Celso Costa como sendo uma das principais metas da Capes para os próximos anos. Ainda afirmou que “O Brasil está entre os vinte maiores países do mundo. O próximo passo, estratégico, para chegar às primeiras nações do mundo é através da educação”.

O diretor apresentou o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. De acordo com o educancenso – pesquisa estatística do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) -, na rede pública de ensino do Brasil há 560 mil professores da Educação Básica sem a devida formação, sendo que desses, 240 mil atuam fora da sua área de formação.

O plano, que entra em vigor em agosto, visa qualificar 332 mil docentes da Educação Básica, somente em 2009 com a meta de atingir mais de 800 mil nos anos seguintes. A formação inicial é dividida nas modalidades: 1ª licenciatura, 2ª licenciatura e formação pedagógica complementar. Esses cursos serão disponibilizados no formato regular, a distância ou de maneira especial (em módulos). “O curso a distância é importante, pois muita das vezes o professor não pode ser dispensado do seu trabalho diário, mesmo para se qualificar. A 2ª licenciatura deve atingir aquele professor que é formado em engenharia e dá aulas de matemática. Ele já possui talento para a matemática, mas receberá uma noção de licenciatura”, esclarece Celso Costa.

O plano receberá suporte do Sistema Universidade Aberta do Brasil, que promove a educação através do ensino a distância, com pólos em todo o país. De acordo com o diretor, “atualmente temos o plano de formação de profissionais do magistério. A nossa utopia é transformá-lo em um sistema consolidado”. Recursos não faltam. Celso expôs que o orçamento do Ministério da Educação para 2009 é de 50 bilhões de reais e que de acordo com o presidente Lula o dinheiro não é gasto com educação, mas sim investido.