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Campus Solidário arrecada donativos na UFRJ

Campus Solidário coleta mais de 360 quilos de donativos e 60 bolsas de sangue em campanha realizada por mestrandos da Coppead.

 A primeira edição da campanha Campus Solidário, realizada no Hall do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ) nos dias 1º e 2 de julho, arrecadou 362 quilos de donativos, entre roupas, brinquedos, livros e alimentos. Além das arrecadações, os projetos solidários receberam 129 inscrições voluntárias e o Hemorio coletou 60 bolsas de sangue no primeiro dia do evento, organizado por alunos de mestrado do Instituto Coppead de Administração da UFRJ para divulgar ações sociais no campus e contar com o apoio da comunidade acadêmica. As doações foram distribuídas conforme o perfil de cada projeto.

“Muitas vezes, as pessoas querem ajudar, mas não conhecem nenhuma instituição. A nossa ideia foi mostrar ações sociais que acontecem aqui no campus. Para os que trabalham nos projetos, o campus solidário permitiu não apenas a divulgação, doações e voluntários. Muitos não se conheciam entre si e o contato mais próximo trouxe a possibilidade de serem feitas parcerias entre eles”, explicou Beatriz Aiex, uma das organizadoras do evento. Para o professor Walter Suemitsu, decano do Centro de Tecnologia, o evento “desperta o espírito de solidariedade das pessoas para poderem doar algo aos mais necessitados, desperta-os para a realidade“.

Todas as instituições presentes no evento funcionam dentro do campus ou têm a participação de alunos da UFRJ. Segundo Beatriz, “nem todas essas ações são trabalhos voluntários. O Núcleo de Solidariedade Técnica, por exemplo, faz ações sociais, mas trabalha com bolsistas e estagiários”. A exemplo do Hemorio, o evento contou também com a participação da ONG Recomeçar. A arrecadação total foi de 362 quilos de doações entre roupas (234 quilos), brinquedos (16 quilos), alimentos (16 quilos) e livros (96,8 quilos).

A ONG Recomeçar é um projeto do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) que desenvolve um trabalho de apoio a crianças de risco no período de seis meses após terem alta, a fim de evitar que elas sejam internadas novamente. Ela atende a crianças que  passaram pelo  Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG). “Nossa principal intenção aqui na feira é divulgar o projeto. Nós precisamos de que as pessoas contribuam tanto com doações em dinheiro, alimentos, como também com trabalho voluntário”, explicou Sônia Motta, médica do IPPMG.

Projeto voltado para formação social do engenheiro

Outro participante do evento foi o Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec), programa criado por alunos da Escola Politécnica, que envolve diversos projetos de cunho social. O mais antigo chama-se Pesquisa e Ação da Metodologia da Pesca (Papesca). De acordo com  Flávio Chedid, pesquisador da Soltec, o ponto de partida “foi em 2004, com um diagnóstico de quais problemas estavam afetando a cadeia produtiva da pesca em Macaé. A partir desse diagnóstico surgiram alguns trabalhos, como a formação de grupos de beneficiamento do pescado e a participação do pessoal de biologia para acompanhar o período de proteção do camarão, que é quando ele se reproduz e não pode ser pescado, entre outros”.

Um dos pontos presentes no projeto é a preocupação com a formação social do engenheiro. “Desde 2004, nós organizamos o Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social. Na nossa percepção a formação de engenheiro tem uma lacuna muito grande, pois se pressupõe uma formação apenas técnica. Nós achamos que a formação deveria contemplar a complexidade que é ser engenheiro e os impactos sociais da engenharia”, explicou Flávio.