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Oficina Temática apresenta propostas para irradiar o conhecimento da UFRJ

Debate reúne propostas sobre a política de Cultura e Museus da universidade.

Foi realizada na quarta-feira, dia 1º de julho, na Casa da Ciência, a 4ª Oficina Temática do Plano Diretor. Com o tema “Cidade do Conhecimento e da Arte: Política de Cultura e Museus”, o evento debateu qual será, em longo prazo, a política cultural, artística e de difusão científica da universidade. As propostas apresentadas são fruto do trabalho desenvolvido pelo subcomitê de Cultura e Museus, vinculado ao Comitê Técnico do Plano Diretor (CTPD), composto por representantes de diversas unidades da universidade.

No encontro, que lotou o auditório da Casa da Ciência, o professor Carlos Vainer, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), enumerou os princípios norteadores dessa área temática: democratização do acesso aos bens culturais, liberdade de criação e experimentação, além de respeito à autonomia de unidades, departamentos e cursos. Vainer destacou ainda uma característica intrínseca à UFRJ: “A tensão entre sermos um (integrar e articular projetos) e sermos muitos (preservar especificidades e autonomia das unidades).”

O objetivo do subcomitê vai além do levantamento e do registro dos acervos existentes na UFRJ. A ideia é reunir, articular e irradiar o conhecimento produzido e armazenado na instituição. Segundo Vainer, a implantação dos projetos apresentados assumirá um caráter de dupla integração: intrauniversitária e extramuros.

Dentre as propostas, está a criação do Museu do Conhecimento, espaço central para exposições de todos os tipos. Ambicioso, o planejamento antecipa a Cidade Universitária como sendo, em 2020, uma “cidade do conhecimento”, que não apenas acolherá visitantes, mas também irradiará conhecimento para além de seus limites. Vainer ressalta que, mesmo que faltem espaços para apresentações culturais na cidade do Rio de Janeiro, espaço físico não falta à Cidade Universitária, devendo esta ser qualificada para o recebimento de grupos e artistas de diversas vertentes culturais e formas de expressão.

Ismar de Souza Carvalho, professor do Instituto de Geociências e um dos idealizadores do Museu da Geodiversidade – localizado no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza – (CCMN), destacou que o Museu do Conhecimento terá direção e curadoria próprias e que teria um serviço central de apoio aos museus localizados nas unidades (que seriam semiautonômos), para preservação, restauração e digitalização dos acervos, funcionando em um modelo semelhante ao do SIBi (Sistema Integrado de Bibliotecas e Informação).

Outro importante projeto – apresentado na Oficina, por Maria de Fátima Brito, diretora da Casa da Ciência – foi o Parque da Descoberta. A proposta consiste num centro interativo de ciência e meio ambiente (também relacionados à cultura e à cidadania), a ser localizado, a princípio, na Ilha do Catalão. Além de um parque temático, com estações representativas dos ecossistemas do entorno (manguezal, estuário, Mata Atlântica etc.), haveria trilhas ecológicas e um observatório de pássaros. A concepção inicial é que o Parque ocupe uma área de 300 mil m2, o que faria dele o maior centro de difusão científica da América Latina.

No tocante às Artes Cênicas, foi proposta a criação de um grande complexo teatral, na Cidade Universitária. Com capacidade para 500 pessoas, o espaço abrigaria um palco à italiana com fosso modulado para uso de orquestra sinfônica. O campus da Praia Vermelha contaria com um teatro menor, para 100 ou 200 pessoas, e as demais características semelhantes. Carmem Gadelha, professora do curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ), relatou ainda o projeto do Complexo Cenográfico e de Indumentária, que incluiria uma marcenaria para produção de cenários teatrais. Além desse, Carmen falou sobre a Central de Criação Multimídia, que criaria conteúdo para TV, rádio e cinema. Já o Teatro sobre Rodas terá como objetivo difundir a produção dramatúrgica da UFRJ para além da universidade.