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Fonoaudiologia a serviço do professor

 O professor é um profissional que tem a voz como seu principal instrumento de trabalho. Por isso nada mais justo que tome especial cuidado com sua saúde vocal. Para instruir professores de Educação Básica acerca da importância desse assunto, a Coordenação de Extensão da Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS) realizou na última sexta-feira, através do Programa Saúde e Educação para a Cidadania, o evento “Transdisciplinaridades em Saúde”. Do evento, que contou com o apoio do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, participaram professores de escolas públicas do Leste e da Baixada Fluminense que assistiram a palestras e participaram de oficinas.

Abrindo o evento, o decano do CCS, Almir Fraga Valladares, elogiou a iniciativa do curso de Fonoaudiologia e ressaltou a importância do tema. “A voz é uma das maneiras mais importantes de comunicação e sofre diariamente com ambientes sem conforto auditivo e sonoro. Por isso a importância desse evento. Aprimorar esse instrumento de comunicação vai ser de muito benefício”, disse.

Estiveram também presentes Diana Maul, coordenadora de extensão, e a professora Ângela Garcia, coordenadora do Projeto de Saúde Vocal. “Faço esse trabalho desde 1996, eu sei a necessidade que o professor tem da sua voz. Esse projeto tem a perspectiva de poder oferecer aos professores o que a Fonoaudiologia tem para melhorar o seu trabalho”, disse Ângela.

A palestra foi ministrada pelas fonoaudiólogas Elisa Hermida e Eline Portela, que atuam na prefeitura. Elisa, que faz parte do programa de saúde vocal do município, atuando na perícia médica, explicou que trata-se de uma ação conjunta das secretarias de Educação, Saúde e Administração. Ela deu um breve histórico de como a Fonoaudiologia começou e evoluiu na perícia.

— O programa de saúde vocal foi criado devido ao grande número de professores licenciados e readaptados por problemas de voz. Readaptação é quando o professor é desviado de sua função, que usa muito a voz, para outra em que ele não vai usar tanto,  em geral  em secretarias — explica Elisa.

De acordo com Eline, é preciso diferenciar a parte orgânica da parte funcional. “Às vezes a estrutura está boa, mas a voz está sendo mal usada”, aponta.  Com base em suas experiências, as fonoaudiólogas afirmam que na maioria das vezes realmente existe na laringe uma relação patológica com a alteração vocal. “São raros os casos em que é puramente funcional e não há lesão associada”, diz Elisa.

No entanto, a questão emocional também interfere na musculatura da laringe e na forma de respiração, pois diante de uma situação de estresse as funções respiratória e muscular se alteram. A influência dessa questão, entretanto, depende de cada pessoa, já que algumas lidam melhor com o estresse.

Segundo as especialistas, os objetivos do programa são melhorar a qualidade de vida do servidor municipal,  informar e orientar os professores sobre os padrões corretos de articulação, respiração e posturas corporais que interferem no desempenho vocal, além de também oferecer fonoterapia em casos de alterações da laringe.

O evento contou ainda na parte da tarde com avaliações fonoaudiológicas e com oficinas de aquecimento e desaquecimento vocal e trabalho corporal ministradas por alunas do curso de Fonoaudiologia da UFRJ.