Aconteceu ontem (18/6), durante o workshop Q-Tales, a apresentação dos trabalhos ganhadores da primeira edição do concurso de monografias sobre fontes alternativas de energia promovido pela decania do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ). Foram premiados alunos nas categorias doutorado, mestrado e graduação.
Bianca Nunes de Oliveira foi a ganhadora na categoria doutorado. Aluna do Programa de Planejamento Energético do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), Bianca apresentou uma pesquisa sobre potencial de geração de energia elétrica através do aproveitamento dos biogases produzidos pelos aterros sanitários do município do Rio de Janeiro.
Segundo a doutoranda, esses biogases são compostos de aproximadamente 55% de metano, 40% de dióxido de carbono (CO2) e 5% de nitrogênio e outros gases. Estima-se que a potência do metano seja cerca de 20 vezes maior que a do gás carbônico, o que o coloca como um dos gases mais poluidores de que se tem conhecimento.
No Rio de Janeiro, entre 1998 e 2000, as emissões de metano, conforme informou Bianca, cresceram 40%. Para ela, a gestão adequada dos resíduos sólidos do município tem o potencial de reduzir significativamente a emissão de gases de efeito estufa.
Identificação de pesquisas
Segundo Walter Suemitsu, decano do CT, a ideia do concurso era identificar estudos na área de energia:
— Nós temos o projeto de fazer um levantamento dos pesquisadores que trabalham com fontes renováveis de energia ou pesquisas ligadas a essa temática. Às vezes procuramos pesquisadores em outros estados para fazer parcerias, quando temos colegas de laboratório que estudam o tema e nós nem sabíamos. Pretendemos fazer o concurso e o workshop todo ano, para divulgar o assunto — disse o decano.
Bianca Oliveira estima que os biogases produzidos pelos aterros poderiam gerar cerca de 37 megawatts/hora, o que, ao ano, totalizaria 262.000 MW/h. Com essa potência, seriam abastecidas 156.000 casas com consumo mensal de 140 quilowatts/hora:
— Com esse estudo, eu pretendia colaborar para o debate e a tomada de decisão e reflexão da sociedade carioca sobre a disposição do nosso lixo nesse cenário de preocupações ambientais globais e regionais. A gente sabe que o problema se estende há mais de seis anos e eventualmente a sociedade questiona se levar o lixo para os aterros sem considerar uma opção energética para esse gás é viável — finalizou.