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Colóquio traz Artes e Filosofia para o mundo da Ciência

 O Colóquio Escolas da Percepção, chancelado pelo Programa Avançado de Neurociências da UFRJ, aconteceu na última quarta (24/06), no auditório Hélio Fraga do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Entre os participantes do evento esteve Milton Machado, artista plástico, pesquisador e professor da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ.

Foi exibido o vídeo “Homem Muito Abrangente”, seguido de comentários de Milton. O trabalho está relacionado a uma exposição de mesmo título, realizada em 2005. “Trata-se de uma performance com dois atores principais: um atirador de facas de circo e um assistente, que sou eu mesmo. O vídeo, de nove minutos, é dirigido por Cacá Vicalvi, que documentou essa performance”, explica o artista.

Depois de ter feito o vídeo, Milton Machado participou em 2006 de um evento intitulado “Encontro entre amigos na casa de Mestre Jamelão”, na Escola Nacional de Circo. A partir do debate que aconteceu no encontro, em que foram colocadas questões sobre o corpo que é ocupado e por quê, o artista escreveu o texto “Este corpo é todo poros”. A platéia foi presentda com um exemplar do trabalho, lido pelo autor. “Para escrever esse texto, utilizei citações literárias”, observa Milton.

Também foi dada a definição do Homem Muito Abrangente: é tão abrangente que quase total, mas falta-lhe um quê de si mesmo. “Procura-se, mas sempre em vão. E no entanto, é sem volta. Sua perda é de origem, origem tão abrangente que nada nele é final. Como todo homem digno, tem algo de camaleão. Pode ser todas as coisas, fazendo tudo o que quer. Porém, lhe é vetada uma única ocupação: a própria. Sempre além dos limites, o Homem Muito Abrangente é o mais puro exterior”, concluiu.

Em seguida, Fernando Santoro, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, apresentou a palestra “Homeostesia e Enantiostesia: a percepção por símiles ou por contrários entre os pré-Socráticos”, na qual tratou da temática, citando passagens de diversos filósofos, como Empédocles, Demócrito, Heráclito e Anaxágoras.