Categorias
Memória

III Oficina Temática do Plano Diretor

III Oficina Temática do Plano Diretor debate propostas para as áreas de Ciência e Tecnologia.

A III Oficina Temática do Plano Diretor esteve reunida nesta quarta-feira, 24 de junho, no Salão Nobre da Decania do CT (Centro de Tecnologia). A pauta do encontro da semana foi “Cidade da Inovação”, em que foram debatidas propostas sobre Ciência e Tecnologia. No encontro, o professor Luis Bevilacqua, da Universidade Federal do ABC (UFABC), destacou a necessidade de buscar uma universidade mais integrada, sem que haja separação entre professores, estudantes e funcionários técnico-administrativos. Como objetivo de médio prazo, Bevilacqua sugere o rompimento das barreiras entre os departamentos e, de longo prazo, fazer da UFRJ uma “nova Alexandria”, que transmita o espírito de amor e conhecimento.

Para Paulo Emílio de Miranda, professor do Laboratório de Hidrogênio da Coppe, características como a mão de obra muito qualificada, integração com empresas e divulgação pública levarão a UFRJ a uma cultura de inovação tecnológica. O professor destacou ainda que a tendência de os combustíveis passarem de uma matriz dominada pelo carbono para a utilização de elementos ricos em hidrogênio abre perspectivas de inovação na área.

Segundo Cláudio Habert, do Programa de Engenharia Química (Peq/Coppe), embora o ensino seja prioridade da instituição, o conhecimento produzido pela universidade deve ser transferido à sociedade. Na avaliação de Habert, a UFRJ pode se beneficiar do ambiente multidisciplinar do qual dispõe para incentivar a inovação tecnológica.

O professor Eliezer Barreiro observou, por sua vez, que o espaço universitário não pode ser apropriado como feudo, o que é prejudicial à cultura de inovação. Barreiro criticou ainda o que chamou de “favelização” dos laboratórios: todos com trancas, olhos mágicos e sem que um pesquisador saiba o que produz o colega da porta ao lado.

Bartolomeu Wiese, professor da Escola de Música (EM/UFRJ), destacou que a UFRJ precisa rumar a espaços não-departamentalizados, “territórios acadêmicos livres das algemas forjadas pela mente”. Para isso, Wiese defendeu a criação de uma espécie de “Vale do Silício” voltado à inovação social, algo que chamou, preliminarmente, de “Plataforma UFRJ de Inovação Social”, que seria composta por três elementos: um estúdio de design de projetos de interesse social, uma incubadora e uma rede de empreendimentos solidários.

Lembrando que o Rio de Janeiro é sede de numerosas empresas ligadas à pesquisa científica, Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, destacou que o Parque está passando por um boom, com o estabelecimento de muitas empresas e visibilidade internacional. Para o próximo triênio, estão previstos investimentos da ordem de R$ 500 milhões e a geração de mil novos empregos de alta qualificação.