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Novas tecnologias ampliam campo do sound designer

Os atributos da profissão de sound designer, que atua na produção de áudio para diversos meios, como cinema, vídeo e publicidade, foram apresentados na noite de quarta-feira, dia 17, pelo músico e produtor Sérgio Scliar. Convidado para participar de uma palestra dirigida aos alunos do curso de Radialismo da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ), Scliar abordou, no Salão Moniz de Aragão do Fórum de Ciência e Cultura, as principais etapas do processo de criação sonora, desde o planejamento até o momento da mixagem.

Segundo o produtor, o campo do áudio no Brasil foi ampliado a partir da disseminação das novas tecnologias digitais. “A informatização democratizou esse acesso. Hoje a fronteira entre o amador e o profissional é confusa. Pessoas do mundo inteiro poderão ver sua produção”, afirmou Scliar, que já atuou como compositor de trilhas para filmes como Plutão e Terra, de Sávio Leite, e espetáculos de companhias de dança.

Ele explicou que o sound designer não precisa necessariamente ter conhecimento aprofundado em música. Bons trabalhos nessa área decorrem, de acordo com o produtor, da curiosidade, da observação do cotidiano, do conhecimento das ferramentas de computação e principalmente da criatividade.

Sobre as etapas do processo de criação sonora, Scliar salientou que a fase inicial do planejamento é uma das mais importantes, porém menos desenvolvidas pelos profissionais no Brasil. “Ainda existe muito amadorismo nessa área. Um bom planejamento evita problemas nas fases posteriores”, explicou. As outras etapas incluem a captação do som, a edição e a mixagem.

O profissional revelou ainda que, em produções audiovisuais, 80% do que o espectador ouve não são sons originais. Eles são produzidos posteriormente pelo sound designer. Apenas os diálogos são reais. Scliar comentou a importância do trabalho de áudio no cinema, sugerindo aos estudantes assistir, por exemplo, ao filme Psicose, do diretor Alfred Hitchcock, sem som. “A música e a imagem são as principais responsáveis pelas sensações que o filme vai provocar”, concluiu.