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Cerimônia de posse na direção do Instituto de Bioquímica Médica

 A comunidade acadêmica compareceu em peso à cerimônia de posse nos cargos de direção do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ, realizada na última terça (12/5), no auditório Leopoldo de Meis. Débora Foguel foi novamente nomeada como diretora, assim como Mário Alberto Cardoso da Silva Neto também foi renovado no posto de vice-diretor.

— Queria cumprimentar o Instituto de Bioquímica por dois motivos: primeiro pela conclusão de quatro anos de um brilhante mandato; segundo pela certeza de que vão existir mais quatro anos para aprimorar e melhorar ainda mais a gestão, embora pareça impossível — declarou Almir Fraga Valladares, decano do Centro de Ciências da Saúde (CCS), ao abrir os trabalhos.

A doença dos sonhos
Débora Foguel, em vez de falar sobre as conquistas do IBqM ao longo do tempo em que já esteve na direção da unidade, optou por focar seu discurso em sonhos para o futuro. “Estar à frente de uma instituição só faz sentido se quem dirige estiver contaminado de prazer, contagiado de entusiasmo e doente de muitos sonhos e expectativas. São esses os germes necessários e essenciais para alimentar a disposição pelo ‘fazer acontecer’”, declarou.

— Denominei de doença a capacidade de sonhar, de se entusiasmar com os novos desafios e de acreditar que, juntos, podemos e devemos fazer tudo aquilo que nos parece bom, seja para a instituição, para nossa universidade, seja para a sociedade — explicou a diretora.

Ela garantiu que para esse mal não quer conhecer a cura. “Pelo contrário. Procuro acima de tudo ‘contagiar’ meus pares e amigos do Instituto. Durante esses primeiros dois anos tive a sorte e a honra de interagir com pessoas até mais doentes do que eu, cronicamente doentes, e que fazem desta universidade um lugar especial e que vale a pena”, observa.

— Doente grave de sonhos foi e é o professor Leopoldo de Meis, quando há mais de 30 anos guiou sua nau rumo ao Departamento de Bioquímica Médica. Leopoldo é certamente um doente crônico, incurável e altamente contagioso, desses que nem numa bolha de plástico deixa de disseminar os germes de sua doença — brincou Débora Foguel.

Ela também considera doentes de sonhos o biólogo Francisco Esteves e seu grupo. “São aqueles que, no passado, semearam Macaé, que cresceu e já desponta como importante polo de ensino, pesquisa e extensão”, aponta. Ainda citou mais enfermos: os criadores do polo de Xerém, o reitor e a vice-reitora da UFRJ, os pró-reitores, o prefeito da Cidade Universitária e os presidentes e diretores científicos de agências de fomento.

Desafios da educação
Para Débora, no momento está sendo colocado a professores e funcionários um dos maiores desafios da universidade: tornar-se uma instituição de acesso democrático, que deve crescer sem perder a qualidade. Além disso, a diretora acredita que há um desafio na educação de modo geral. “Precisamos diminuir os vergonhosos índices: 40% dos jovens entre 15 e 19 anos estão fora do ensino médio; 87% dos jovens entre 18 e 25 anos não estão na universidade; e os outros 99,5% estão fora do sistema de pós-graduação”, revela.

Seu trabalho à frente do IBqM certamente contribuirá para enfrentar tais desafios. “Tudo que fiz pelo Instituto foi norteado por um ensinamento de meu amigo e inspirador, o professor Adalberto Vieyra: ‘Se quiseres chegar rápido, vá sozinho; se quiseres chegar longe, vá junto; mas se quiseres chegar a lugar nenhum, procura ir com todos que não querem sair do lugar.’ Tomei esses dizeres como minha bíblia. E o que fiz nesses dois anos foi tratar de manter vivo o germe da tal doença do sonho e realizar algumas melhorias no Instituto”, concluiu Débora Foguel.

Sylvia Vargas, reitora em exercício da UFRJ, encerrou a cerimônia. “A UFRJ está absolutamente convicta de que esta direção, hoje reconduzida, não só repetirá a mesma dimensão da primeira gestão, como também poderá superá-la, pois está perfeitamente preparada para enfrentar os próximos grandes desafios”, concluiu Sylvia. Também compondo a mesa estivam o prefeito Hélio de Mattos e Ana Inês Sousa, superintendente acadêmica de Extensão, representando a pró-reitora, Laura Soares.