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Doenças cérebro-vasculares em debate

A Sessão de Estudos do Instituto de Psiquiatria da UFRJ teve como tema, no dia 29 de maio, a análise das “Alterações neuropsiquiátricas nas doenças cérebro-vasculares”. O palestrante Gilberto Alves, pesquisador do Instituto, abordou as doenças psiquiátricas relacionadas aos distúrbios cerebrais e cardíacos.

Estudos comprovam que as doenças cérebro-vasculares vêm se tornando cada vez mais frequentes por conta do atual ritmo e hábitos de vida da população. Ao analisar os fatores de risco, é possível listar o consumo de drogas, tabagismo e a predisposição a doenças cardiovasculares. Outro dado que os psiquiatras e pesquisadores consideram importante diz respeito à maior ocorrência dessas doenças em pessoas do sexo masculino em razão do maior envolvimento em situações de risco (drogas) e desenvolvimento precoce de patologias cerebrais e cardíacas.

Manifestações clínicas

As doenças cérebro-vasculares são caracterizadas por lesões nos vasos que levam o sangue do coração ao cérebro, o que pode ocasionar enfartes e hemorragias na região cerebral. Independentemente do tamanho das lesões, as consequências em longo prazo podem comprometer diversas áreas do organismo. Dentre as manifestações mais comuns, estão disfunções executivas e motoras, déficits de memória e aparecimento de outras demências, o que pode comprometer diversas atividades diárias do paciente. Podem ocorrer, ainda, alterações neuropsiquiátricas, que envolvem mudanças no comportamento e no humor, apatias, ansiedade e depressão.

Gilberto Alves afirma ser essencial a detalhada análise dos fatores de risco, através de exames neurológicos e psiquiátricos. Também recomenda a realização de entrevista com a família e o paciente.

Tratamento e prevenção

O tratamento inclui o uso de algumas medicações para doenças vasculares ou de Alzheimer. Além disso, trabalha-se a partir da prevenção das doenças e dos fatores de risco.  “Outra medida muito importante é o apoio fisioterápico e psicológico, para que seja recuperado o estímulo às atividades físicas e mentais”, esclarece o pesquisador. 

Gilberto afirma que os profissionais vêm demonstrando cada vez mais interesse em diagnósticos precoces, e essa é uma atitude essencial para que se possa reverter ou estabilizar o quadro clínico das doenças. “É importante mapear todas as funções. A doença cérebro-vascular está ligada a fatores de risco modificáveis e, dessa forma, podemos evitar o desenvolvimento de doenças mais graves”, afirma.