Durante a Plenária de Decanos e Diretores realizada, no dia 25 de maio, no Salão do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria, a Comissão de Vestibular do Conselho de Ensino e Graduação (CEG) apresentou a proposta, em discussão, sobre a utilização do novo Enem como uma das etapas do Concurso de Acesso aos Cursos de Graduação da UFRJ de 2010.
A intenção é utilizar o novo Enem como primeira etapa do concurso. A segunda etapa seria realizada após o resultado do exame, a ser publicado no dia 4 de dezembro. A ideia é convocar de 3 a 4 vezes o número de candidatos para cada vaga. Nesta etapa, os candidatos fariam as provas de português, redação e específicas do atual modelo discursivo utilizado pela universidade.
A Comissão do CEG sugeriu também acabar com as provas não-específicas. No entanto, isso aponta para um problema que é a não-realização das provas de língua estrangeira, uma vez que elas não serão contempladas no novo modelo do Enem.
Para ser implementada, a proposta terá que ser aprovada pelos órgãos colegiados. Além dessa, há também outras possibilidades de utilização do Enem, seja como parte da nota final do concurso ou ainda para as vagas remanescentes.
Como parte do cronograma de atividades do concurso, a Comissão de Vestibular do CEG sugeriu que, após a aprovação da proposta, seja publicado um edital informando aos que desejam se candidatar ao Concurso de Acesso aos Cursos de Graduação da UFRJ que eles devem se inscrever também no Enem. Posteriormente, seria publicado o edital completo com todas as informações do concurso, como é feito todos os anos.
Para a comissão, assim como para o Reitor Aloísio Teixeira, a medida é uma forma de democratizar o acesso à universidade. “Com a mudança na forma de ingresso, cria-se a esperança de estar trilhando um novo caminho. O vestibular atual mede o mérito e o acesso aos bens culturais. Isso é um processo de reprodução da elite”, afirma o reitor, que destaca ainda que apenas 13% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados em instituições de ensino superior, sendo apenas 2% em universidades públicas.
No entanto, apesar de ser bem aceita pela comunidade acadêmica, os representantes de unidades presentes na reunião ressaltaram que a mudança no modelo de acesso precisa ser feita com cautela, tendo em vista que o problema no ingresso às universidades públicas é também fruto de um processo histórico de precarização do Ensino Médio da rede pública.
De acordo com Andrea Maria Teixeira, integrante da Comissão de Vestibular do CEG, é possível mudar o perfil do estudante que ingressará na universidade. “Com o Enem como etapa do vestibular, é possível que os alunos que se autoexcluem do exame, por acreditarem que não vão passar para uma universidade como a UFRJ, se inscrevam no concurso de Acesso aos Cursos de Graduação da instituição”, destaca.