O Instituto de Biologia da UFRJ recebeu, nesta segunda-feira (30/03), para uma palestra, o professor Carlos Duarte, atual presidente da Sociedade Americana de Limnologia e Oceanografia. Com o tema "La significación del metabolismo de ecosistemas acuáticos", o professor falou acerca da relevância global do metabolismo aquático, estudo em que tem trabalhado nos últimos dez anos e que, segundo ele, é também um tema pouco estudado.
O professor é um renomado pesquisador de ecossistemas marinhos, além de ser o atual presidente da Sociedade Americana de Limnologia e Oceanografia, sociedade de grande prestígio e referência mundial nas ciências aquáticas. Carlos é também professor do Imedea, Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados na Universidade das Ilhas Baleares, em Mallorca, e já publicou mais de 350 artigos.
Em sua palestra, que ocorreu no Salão Azul do Instituto de Biologia, o professor falou sobre a medição de variações diárias de concentrações de oxigênio através da qual é possível inferir dois processos muito importantes para a dinâmica dos ecossistemas, que são a produção e respiração. Segundo ele, a concentração de oxigênio nas águas de rios apresenta um ciclo diário com valores mais baixos na noite do que durante o dia e que, a partir dessas mudanças na concentração de oxigênio, é possível calcular a produção primária e taxa de fotossíntese.
Duarte explicou que a produção é muito importante por ser a fonte principal de matéria orgânica para manter os processos biológicos nos ecossistemas. A respiração é também um processo importante, pois destrói a matéria orgânica para gerar a energia necessária para manter os processos biológicos.
A taxa de troca de oxigênio entre atmosfera e rios foi indicada como importante porque aponta para o efeito dos ecossistemas sobre o intercâmbio gasoso e sobre a composição da atmosfera. “Os ecossistemas estão conectados, não estão isolados. E as conexões entre ecossistemas são muito importantes, então não é possível estudar os ecossistemas de forma isolada”, explica Duarte.
Além de falar sobre produção, respiração e da importância dos intercâmbios com a atmosfera, Carlos ainda abordou as conexões entre os ecossistemas terrestres e aquáticos e explicou os diferentes tipos de sistemas: os autótrofos, cuja taxa de produção de matéria orgânica é maior do que a taxa de respiração, e os ecossistemas heterótrofos, com taxa de produção menor do que a taxa de respiração.