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A Física do violino

 Com um forte sotaque espanhol, um violino a tiracolo e diversas fórmulas, gráficos e imagens, José Pedro Danosa, professor do Instituto de Física de São Paulo (USP) e membro da orquestra experimental da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), conduziu uma apresentação demonstrando princípios da física na arte de tocar violino. A palestra aconteceu no Instituto de Física na última quinta-feira (26/3).

O músico citou alguns dos principais estudiosos do violino no mundo, como o cientista Albert Eisntein. Outros nomes lembrados foram o de Herman von Helmoltz, médico e físico alemão, que estudou a ressonância de cavidades; de Felix Savart, que teve representativa contribuição na área acústica; de Chandrasekhora V. Karman, estudioso das vibrações e ganhador do prêmio Nobel de espalhamento de luz em 1930.

Alguns conceitos musicais voltados à teoria e ilustrados com fotos em alta definição, obtidas em microscópio, foram utilizados pelo professor da USP. Ele tratou de particularidades como a afinação, tensão, densidade linear, tração e deformações toleradas pelas cordas do instrumento, frequência de vibração de uma corda tensionada, assonância (harmonia de tons), ressonância (repercussão sonora) e frequência das notas.

— O som do violino resulta da forma de onda originada pela excitação das cordas. Sons com muitos harmônicos soam cheios e musicalmente mais ricos — disse Danosa, ao tratar da qualidade dos instrumentos, afinação e outros requisitos para promover sons claros.

Aspectos estruturais dos violinos estiveram presentes. Danosa detalhou a constituição do arco, que aparenta ser uma fita única, quando na verdade é composto por 200 fios de crinas de cavalo. Citou também a elasticidade e a resistência a deformações das cordas, confeccionadas em aço, e por fim lembrou a evolução da forma do instrumento, que mudou da curvatura convexa original, passando por uma silhueta quase retilínea, até alcançar o desenho atual.