Categorias
Memória

História e Geologia se misturam

  

Banda Miscelânea toca clássicos
nacionais

— Muitos dos eventos históricos pelos quais a humanidade passou podem estar associados a questões geológicas como a ocorrência de terremotos, atividades vulcânicas e principalmente às grandes diferenças climáticas que ocorreram ao longo da história —, declarou Antônio Carlos Sequeira Fernandes, professor do Museu Nacional/UFRJ em conferência realizada durante a aula inaugural do Instituto de Geociências (IGEO/UFRJ) no dia 5 de março. Em seguida, os calouros assistiram a show da banda Miscelânea, formada por alunos do curso de Geologia.

De acordo com Ismar de Souza Carvalho, diretor adjunto de graduação do IGEO, “a aula inaugural é uma proposta de integração de todos os alunos e professores do Instituto. A cada ano temos escolhido conferencias que reflitam as grandes questões do mundo contemporâneo, e hoje o clima e as mudanças climáticas globais certamente são muito relevantes para nós e para as gerações vindouras”.

Durante a conferência, o professor convidado apresentou alguns exemplos de como as mudanças climáticas que, no decorrer dos milênios alternou para mais quente ou mais frio, marcaram acontecimentos históricos como o surgimento das grandes civilizações (Egito e Mesopotâmia), o Grande Dilúvio (história bíblica da arca de Noé), a peste negra, a queda do Império Romano, as Cruzadas, a expansão dos Vikings, entre outros.

Segundo informou o conferencista, existem evidências em obras de arte antigas que comprovam as diferenças do clima. À época do surgimento das primeiras civilizações o chamado ponto ótimo climático (temperatura e umidade ideais) possibilitou o desenvolvimento das sociedades, o que pode ser observado em pinturas onde as pessoas apareciam com poucas vestimentas, ao contrário do período da Grécia Clássica que, marcado pelo frio, tem em suas obras trajes mais pesados.

– As mudanças de temperatura contribuíram para degelos, surgimento de fungos, fome, doenças, migrações e destruição de plantações. A pergunta atual é se estamos caminhando para novas mudanças, advertiu Antônio Carlos Fernandes.

Para concluir a aula inaugural, a banda Miscelânea realizou, sob aplausos constantes, show com clássicos da música nacional, como “Que beleza” (monobloco), “Bete Balanço” (Cazuza) e “Tiro Ao Álvaro” (Diogo Nogueira). Formada a cerca de um mês, a banda foi criada especialmente para o evento. São oito os integrantes que compõe o grupo: Elisa Elena, Lucas Santos, Renan Fernandes, Rodolfo Reis, Beatriz Morani, Felipe Büttner, Marcos Fontainha e Rodrigo Corrêa.