Foram inauguradas, no último dia 9, as obras de recuperação dos canais do Cunha e do Fundão. A expectativa é que em dois anos sejam feitos a dragagem de cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos de material orgânico, a desodorização e a reurbanização da região, além do reforço das pontes para o fluxo da corrente que voltará a circular nos cursos d´água. A obra está orçada em cerca de R$ 200 milhões com recursos da Petrobras e do Governo do Estado.
A decana do Centro de Ciências da Matemática e da Natureza (CCMN), Ângela Rocha, representou o reitor Aloisio Teixeira e manifestou o interesse da universidade na formalização de demais parcerias com as instâncias governamentais. "A UFRJ esteve presente neste projeto desde o seu início, há 14 anos. Estamos dispostos a colocar a capacidade técnica da universidade para a realização de outros projetos para a melhoria da cidade. Neste momento em que se debate o Plano Diretor da UFRJ, é importante fortalecer os laços entre a universidade e os demais representantes da sociedade aqui presentes", disse.
Entre as autoridades que estiveram na cerimônia, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, destacou a importância da iniciativa. "Esta obra está empregando 200 operários diretos e 400 indiretos. É uma empreitada fundamental não só para a UFRJ, como para a comunidade da Maré, toda a cidade e todo o estado do Rio", lembrou. O secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, ressaltou a parceria do Governo do Estado com a UFRJ. "A participação da UFRJ em qualquer iniciativa é garantia de bom resultado", opinou. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, elogiou a atuação dos conselheiros do Consuni. "Foi de fundamental importância a aprovação da realização desta obra no Conselho Universitário da UFRJ", apontou. Já o prefeito Eduardo Paes prometeu investimentos municipais na Cidade Universitária. "Se ainda não entramos com recursos para a recuperação dos canais, vamos participar da parceria na fase de urbanização da área a ser recuperada", garantiu.
Vila Residencial
Durante a apresentação do projeto, a Vila Residencial dos Funcionários da UFRJ apareceu como um dos pontos críticos de contaminação por metais como mercúrio, chumbo, zinco e antimônio. Marcelo Cantizano, representante da Associação de Moradores da Vila Residencial (Amavila) no Conselho Participativo do Plano Diretor, disse que "há um compromisso assumido pela Reitoria e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, de realizar obras de saneamento básico da comunidade" onde moram cerca de 2 mil pessoas.
Cantizano adiantou ainda que uma das propostas da Amavila para o Plano Diretor, atualmente em discussão na universidade, é a inclusão da Vila Residencial como um "sub-bairro" da Cidade Universitária, contemplado com os mesmos serviços dos demais Centros de Convergência propostos pelo Comitê Técnico do Plano Diretor. "Não temos asfalto nem saneamento básico. Nossos moradores estão expostos a focos de dengue e leptospirose. Queremos ser incluídos dentro das melhorias previstas para as demais unidades da universidade", declarou.