Estudantes de todo o país compareceram na manhã do último dia 9 ao auditório Rodolpho Paulo Rocco, o Quinhentão, para a abertura da XV Escola de Verão em Química Farmacêutica e Química Medicinal. Sobre o palco do auditório, os integrantes da mesa de honra falaram brevemente, representando os diversos setores do Centro de Ciências da Saúde e da UFRJ. Estavam presentes Hélio de Mattos, prefeito da Cidade Universitária; Miriam Ribeiro Leite, representando a Faculdade de Farmácia da UFRJ; Diana Maul, coordenadora de Extensão do CCS; e Eliezer Barreiro, coordenador e idealizador do projeto.
A rápida abertura, de cerca de 20 minutos, deixou espaço para uma agenda lotada de atividades: são cinco dias de cursos e conferências que acontecem de 8h às 18h. Os cursos estão sendo acompanhados por 215 alunos – muitos vindos de outros estados – inscritos no evento. De acordo com a organização do evento, este é um ano especial, em que se comemoram os 15 anos da iniciativa.
A longa trajetória do evento foi relembrada hoje à tarde por Eliezer Barreiro. Durante uma hora de conferência, Barreiro apresentou os caminhos que o levaram a idealizar o evento, os objetivos e as dificuldades que surgiram ao longo do período. Recordou também os nomes que ajudaram a consolidar essa idéia.
O desejo de fazer uma Escola de Verão surgiu a partir da visita de Barreiro à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Em 1971, o professor teve contato com a Escola de Verão em Química, que era realizada na Universidade por Otto Gottlieb, mais indicado ao Prêmio Nobel de Química em 1999. Posteriormente, a experiência no projeto semelhante realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde Eliezer Barreiro lecionou por um tempo, também contribuiu para aumentar o interesse do pesquisador sobre o assunto.
Isso se revelou assim que Barreiro foi transferido para a UFRJ. “Depois de participar de uma na Rural e fazer outra na UFSCar, o que, então, deveria fazer quando chegasse à UFRJ? Escola de Verão, é óbvio”, comentou o professor, revelando como a iniciativa tinha se tornado instigante para ele. A Escola de Verão em Química Farmacêutica nasceu em 1995 e já trazia, na primeira edição, cursos que se tornaram tradicionais ao longo da história, como “Introdução à Química Farmacêutica”.
Naquele ano, cerca de 90 alunos participaram e, desde então, a avaliação do evento tem sido positiva. A maioria dos participantes de 1995 avaliou o curso como “ótimo”, seguido de um número expressivo que optou por “bom” no questionário que é distribuído desde a primeira edição do evento. “Esse retorno foi o que nos incentivou a fazer o segundo evento. Quando a avaliação também foi positiva no segundo ano, resolvemos fazer o terceiro, e assim por diante”, comentou o professor, lembrando a importância de ouvir o público, a razão de ser do projeto.
De 1995 a 2008, a Escola de Verão em Química Farmacêutica recebeu 2.105 participantes, a maioria de outros estados. Para Eliezer Barreiro, isso representa um sinal de sucesso do efeito multiplicador do evento. O grande número de participantes, de acordo com ele, permite também o intercâmbio de experiências, como, por exemplo, possibilitar o diálogo entre pesquisadores de universidades e profissionais de química medicinal de instituições privadas.
Para o professor, a colaboração de uma equipe competente foi fundamental durante esse tempo. Eliezer Barreiro definiu o grupo de trabalho como “alérgicos a preguiça”. A parte final da conferência foi dedicada a relembrar os rostos e nomes nas fotos recuperadas por Barreiro. A conclusão do professor foi clara: “Temos uma equipe e tanto!”, concluiu com orgulho.