O Conselho Participativo do Plano Diretor UFRJ 2020 reuniu-se pela primeira vez no último dia 5. Estiveram presentes representantes dos conselhos acadêmicos, entidades sindicais, da Vila Residencial, estudantes, além de membros do Governo do Estado, Prefeitura do Rio, Niterói e demais integrantes da sociedade civil. Pablo Benetti (FAU) e Carlos Vainer (IPPUR), representantes do Comitê Técnico do Plano Diretor (CTPD), fizeram uma apresentação das Diretrizes Gerais do Plano Diretor e das principais propostas do Plano de Desenvolvimento da Cidade Universitária, primeira etapa elaborada pelo comitê.
Os representantes do Cenpes e das instâncias governamentais elogiaram a apresentação e sinalizaram com a possibilidade de parcerias que venham a viabilizar os projetos. “Assumo o compromisso da Prefeitura de Niterói de avançar em algumas idéias. Seria maravilhoso se tivéssemos uma ‘cidade da Baía de Guanabara’”, disse Hugo Túlio Rodrigues, subsecretário Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói, em referência à proposta de criação de uma “linha universitária” ligando, através de transporte aquaviário, os campi da UFRJ e da UFF, no Gragoatá.
“Fiquei bastante impressionado. Sabia que de um projeto vindo de profissionais da UFRJ não se poderia esperar outra coisa, mas superou as minhas expectativas. Gostei especialmente da proposta da via de transporte ativo. Fiz o projeto da ciclovia da orla na Zona Sul do Rio, em 1992, e fui muito criticado. Hoje a idéia é inquestionável”, disse Sérgio Rabaça, representante de Prefeitura do Rio. “Me sinto entusiasmado com o que vi. Queria registrar aqui o compromisso do Cenpes de participar ativamente com o desenvolvimento desses projetos”, afirmou Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Cenpes.
Como vozes dissonantes estavam o movimento estudantil e a Adufrj. “O que mais me preocupa é que parece um sonho. Tem até os Beatles passeando em frente à Faculdade de Letras. É importante sonhar, mas com os pés no chão. A realidade atual da UFRJ é outra completamente diferente do que nos foi mostrado”, criticou Carolina Barreto, representante titular do Diretório Central dos Estudantes, mudando o tom em seguida. “O DCE tem todo o interesse de que essas propostas se concretizem. Mas queremos um debate amplo com todas as unidades”, reivindicou.
“Como vamos pagar tudo isso? Estão previstos no orçamento como virão os recursos? Sabemos que há interesse de investimentos privados na Praia Vermelha. É fundamental a preservação do caráter público, estatal da universidade”, questionou José Miguel Saldanha, representante da Adufrj.
O reitor Aloisio Teixeira definiu a data de 5 de março para a próxima reunião do conselho e considerou as opiniões como contribuições ao desenvolvimento do debate. “Nós consideramos que vivemos uma época em que estão sendo derrubados os muros que separam esta universidade da sociedade. A idéia é que este conselho seja um escoadouro do que é produzido aqui dentro. Todas as contribuições são bem-vindas”, analisou.