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Memória

Bibliotecas investem em segurança para combater furtos

Importantes obras para o ensino e pesquisa em diferentes áreas do conhecimento estão sumindo das estantes das bibliotecas das universidades públicas no país.

 Fotos: Miquel Eichler
  
 
 As bibliotecas do CCJE (acima) e do
CFCH (abaixo) investem na compra
de equipamentos antifurto para au-
mentar a segurança das obras.  

Importantes obras para o ensino e pesquisa em diferentes áreas do conhecimento estão sumindo das estantes das bibliotecas das universidades públicas no país. A incidência de furtos vem aumentando nos últimos anos, gerando preocupação quanto à segurança do acervo. Nas bibliotecas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse quadro não é diferente. No campus da Praia Vermelha, a Biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) registra o desaparecimento de mais de mil itens da sua coleção nos últimos quatro anos. No Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), um inventário que começou a ser realizado pelo setor revela uma baixa de aproximadamente 10% das obras adquiridas recentemente pela Biblioteca Eugênio Gudin, prejudicando principalmente os alunos de Economia e Biblioteconomia. Nos dois casos, uma das medidas adotadas para reduzir o número de furtos foi instalar câmeras de monitoramento.

A Biblioteca do CFCH adquiriu em outubro do ano passado dez equipamentos num custo estimado de R$ 2,5 mil, aproximadamente. O livro A palavra escrita, de Wilson Martins, foi uma das obras de relevância furtadas recentemente. Outros autores consagrados, como Lacan, Foucault, Freud e Bourdieu, também são alvos preferenciais dos criminosos, afirma a coordenadora da Biblioteca da CFCH, Maria Cristina Rangel Jardim. Segundo ela, a segurança do acervo tem sido uma prioridade tendo em vista a importância e o grande número de coleções disponíveis.

A Biblioteca Eugênio Gudin, que completou 70 anos em 2008, iniciou o processo de renovação do seu sistema antifurto, com a aquisição de mais 16 câmeras para completar a segurança do seu acervo. Segundo a coordenadora Ângela Ponce de León Braga, a meta esse ano é conseguir recursos para compra de telas antifurto nas janelas. A biblioteca, pertencente ao CCJE, contém coleções completas, iniciadas em 1800, de periódicos em Economia.

Transferência no CFCH 

A Biblioteca do CFCH resulta da integração de vários acervos e está fisicamente distribuída em quatro espaços físicos: na Decania do CFCH, no prédio anexo, no Espaço Anísio Teixeira e na Escola de Comunicação (ECO). Compõem a coleção 58.857 títulos e 114.746 volumes de obras, entre livros, teses, dissertações, monografias, CDs e DVDs. A maior parte da produção também está registrada na Base Minerva – Catálogo on-line das Bibliotecas da UFRJ. No ano passado, os diferentes espaços da Biblioteca do CFCH receberam mais de 38 mil usuários.

A coordenadora Cristina Jardim afirma que, além do investimento em vigilância, os espaços estão sendo reestruturados. Segundo ela, gradualmente toda a produção acadêmica (teses e dissertações) dos cursos do CFCH estará disponível em um único lugar: a biblioteca da ECO. Já os livros e periódicos da área de Comunicação serão transferidos, neste projeto de reestruturação, para a biblioteca situada no prédio da Decania, onde já estão reunidas as publicações dos cursos de graduação e pós-graduação da Escola de Serviço Social, Faculdade de Educação e Instituto de Psicologia.

As coleções do Instituto Superior de Pesquisas Psicossociais da Fundação Getúlio Vargas (ISOP/FGV) e do Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas (IESAE/FGV) também foram incorporadas, por ocasião da sua extinção, ao acervo da Biblioteca do CFCH.

No prédio anexo, está localizado o acervo de periódicos (artigos publicados em revistas científicas) nacionais e estrangeiros. Esta coleção apresenta um total de 2.380 títulos e 67.958 fascículos. Segundo a coordenadora da Biblioteca do CFCH, o espaço reúne periódicos estrangeiros impressos até 1998, pois a partir desta data as publicações passaram a estar disponíveis no portal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Textos completos de teses e dissertações produzidas em universidades brasileiras também foram digitalizados a partir de 2006, seguindo portaria da Capes. “Os periódicos nacionais ainda chegam à biblioteca através de doações ou permutas. Temos parcerias com 23 instituições”, afirma Cristina Jardim.

Já o Espaço Anísio Teixeira disponibiliza ao público obras importantes sobre a memória da educação e da cultura no Brasil. O local reúne o acervo do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), que pertencia ao extinto Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE). Pessoas de diversas universidades procuram o Espaço Anísio Teixeira para pesquisas sobre o desenvolvimento da política educacional brasileira. Algumas obras datam da primeira metade do século XX. “Recebemos alunos da UERJ, da UFF, da PUC e de outras instituições. Não é permitida a fotocópia de alguns livros para que o papel possa ser preservado”, informa a coordenadora. 
    
Modernização no CCJE

A Biblioteca Eugênio Gudin também possui um volumoso acervo de livros e disponibiliza ao público uma rica produção acadêmica. São 20.850 volumes de livros e 990 volumes de teses e dissertações. Os periódicos somam 592 títulos e 49.252 fascículos. No ano passado, segundo a coordenadora Ângela Ponce de León Braga, mais de 46 mil pessoas freqüentaram o espaço no campus da Praia Vermelha. Somente os cursos que compõem o CCJE (Economia, Administração, Ciências Contábeis e Biblioteconomia) reúnem cerca de três mil alunos, professores e pesquisadores.

“Em 2008, a Biblioteca Eugênio Gudin completou 70 anos e, aproveitando a comemoração, apresentamos um projeto através do qual conseguimos mobiliar a Sala do Processo Técnico e a Sala da Administração, bem como a renovação do Sistema Antifurto”, afirma Ângela Braga.

Além das 16 câmeras de vigilância, o lugar passou a contar com seis novos desumidificadores. Segundo a coordenadora, a biblioteca tem como prioridade este ano conseguir recursos para a instalação de telas antifurto nas janelas, ar-condicionado e um contador de fluxo. “Também precisamos tratar com coragem do problema de infiltração nas nossas instalações”, completou.