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Laboratório de Estudos em Aids encerra atividades de 2008

Fim de ano: é tempo de analisar o que foi feito no período que passou e planejar o que virá pela frente. Para fazer essa análise, o Laboratório de Estudos em Políticas, Planejamento e Assistência em DST/Aids (Leppa DST/Aids) preparou um evento que deve reunir todos os envolvidos para rever o que foi produzido pela equipe e apresentar as principais pesquisas aos convidados, encerrando assim a atividade de 2008. O evento ocorre no dia 17 de dezembro, no auditório do Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa), onde funciona o Leppa.

O Laboratório já realizou esse tipo de balanço nos outros anos. De acordo com Carla Luzia França Araújo, coordenadora do grupo, todo ano as pesquisas concluídas e as ainda em andamento são apresentadas ao público nesse seminário. São trabalhos dos mais diversos, desde projetos de Iniciação Científica até apresentações da Pós-graduação, passando pelas monografias de conclusão de curso. No ano que passou, a coordenadora destaca a produção sobre as variações étnicas relacionadas à prevalência de DSTs.

As principais pesquisas sobre o tema foram apresentadas no encontro do ano passado, mas os relatórios finais foram fechados ainda em 2008. Para Carla, o assunto foi um dos mais relevantes entre os estudos do grupo nos últimos anos. A análise começou em 2006 e foi feita sob dois pontos de vistas diferentes, mas complementares. No Rio de Janeiro, entrevistas foram realizadas nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), que já incluem a variável raça/cor em seus bancos de dados, o que facilitou uma análise quantitativa do caso.

O CTA é o setor responsável pelo trabalho de diagnóstico e prevenção da infecção por HIV e outras DST. Nesse setor, a pesquisa apurou um percentual de pessoas que se autodeclararam pretas ou pardas mais expressivo do que de brancos. Apesar disso, ainda é cedo para afirmar que existe uma prevalência de DST na população negra. “Os números podem indicar diversas situações. Pode significar, por exemplo, que negros estão sob maior risco de infecção. Por outro lado, pode sinalizar que essa população procura mais o serviço público, enquanto os outros recorrem ao serviço privado. As hipóteses são muitas, mas este foi um passo importante para entender melhor essa relação”, explica Carla Araújo.

Nesse ano, o trabalho se desdobrou para outras instâncias e inspirou uma monografia de conclusão de curso, na programação do encontro do Leppa. O estudo se dedicou à análise dos próprios profissionais de saúde. A idéia foi verificar o que esses profissionais achavam da inclusão do quesito raça/cor nos questionários e o que eles sabiam sobre o assunto. O resultado, encontrado a partir de entrevistas apenas com profissionais do Hesfa, mostra que investir em capacitação é uma boa idéia.

— Os resultados que vimos mostram que, mesmo aqui, onde realizamos vários eventos abertos, as pessoas sabem muito pouco sobre o assunto e têm uma noção deficiente do que essa relação pode significar no contexto epidemiológico — avalia a coordenadora. Segundo ela, a idéia é realizar, por meio de parcerias com os governos municipal e estadual, seminários e oficinas que possam capacitar profissionais da rede pública para tratar desse assunto da melhor maneira possível.

O evento

A programação do evento conta com a apresentação de diversos trabalhos e ainda uma confraternização, marcada para as 13h30. O encontro está previsto para ser iniciado às 10h. O auditório São Francisco de Assis fica na avenida Presidente Vargas, nº 2.863, na Cidade Nova. Os participantes recebem certificado ao final do seminário.