Ensino, Pesquisa e Extensão são atividades que compõe a base de sustentação de instituições de ensino superior como a UFRJ. No entanto, os programas de extensão, definidos como todo e qualquer trabalho realizado pela universidade com finalidade social, apresentam déficits humano, infra-estrutural e financeiro. Para reverter a situação, os representantes de programas como o Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec) e o Núcleo Interdisciplinar UFRJ mar (UFRJ mar), além do Laboratório de Informática para a Educação (LIPE) e Laboratório de Fontes Alternativas de Energia (LAFAE), defendem a criação de um Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (NIDES). O principal objetivo é melhorar a administração e aquisição de recursos a partir da centralização dos programas.
— O desenvolvimento social, onde a questão ambiental está implícita, é um desafio enorme do ponto de vista político, inclusive. A universidade tem, com a sua missão de ensino, pesquisa e extensão, um compromisso maior enquanto entidade do Estado de contribuir para que organismos executivos tomem decisões com base em dados fundamentados de toda natureza. Para tratar do desenvolvimento social, ter um núcleo interdisciplinar acaba sendo uma exigência da realidade para que a Universidade possa ser mais eficiente, informou Sidney Lianza, coordenador do Soltec.
Com sede prevista no Centro de Tecnologia, o Núcleo funcionaria como um novo órgão além da Escola de Química (EQ), do Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano (IMA), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) e da Escola Politécnica (POLI). Segundo informou Antônio Cláudio Gomez de Sousa, professor de Eletrônica da UFRJ e responsável pelo LIPE, a integração entre alguns dos programas que atuam na Universidade não prevê o término dos demais nem mudança nos nomes já conhecidos. “Eles serão apenas reorganizados, adquirindo uma nova estrutura e se tornarão programas do NIDES, que por ser interdisciplinar, esperamos que tenha gente de toda a universidade colaborando”, explicou.
A demanda pelas atividades de extensão cresceu consideravelmente nos últimos anos, o que teria tornado iminente a necessidade da unificação, de acordo com o professor Antônio Claudio de Sousa. “Precisamos de um auxílio burocrático bem maior”, informou.
Pioneirismo no estado
Embora seja a primeira a pensar na criação de um Núcleo de extensão no Rio de Janeiro, tal iniciativa já foi concretizada por Universidades como a USP e a UNICAMP através da criação do Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão em Economia Solidária (NACE/NESOL) e de uma Escola de Extensão, respectivamente. Com a institucionalização do Núcleo, outros programas poderão ser integrados, o que aumentaria a capacidade sinergética do NIDES sob o ponto de vista metodológico, teórico e prático.
O projeto já tinha sido apresentado há cerca de dois anos, não obtendo aprovação. Entre as principais dificuldades enfrentadas para aceitação do NIDES está a resistência das unidades que compõe o Centro de Tecnologia quanto à possibilidade de surgir uma disputa por recursos, o que, garantem os professores Antônio Claudio de Sousa e Sidney Lianza, não é a intenção do Núcleo que pretende alocar recursos a mais, tanto humanos quanto financeiros.
– A criação desse núcleo valoriza a extensão dentro da Universidade e a visão dela para fora. É isso que nós estamos tentando fazer, declarou Antônio Claudio de Sousa.
Atualmente, após uma reformulação, o NIDES está em processo deliberativo instaurado e o Conselho de Centro de Tecnologia decidirá sobre a sua instituição no próximo dia 15 de dezembro, segunda-feira, às 15h, na Decania do Centro de Tecnologia.