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I Jornada Estadual Presença da Ética no Currículo Escolar

A I Jornada Estadual Presença da Ética no Currículo Escolar aconteceu nesta segunda-feira, dia 8 de dezembro, no auditório Anísio Teixeira, na Faculdade de Educação da UFRJ. O evento foi organizado por Monique Marques Longo, aluna de mestrado da FE, e Maria Judith Sucupira da Costa Lins, professora da instituição e uma das componentes da mesa-redonda, composta também por Juliana Viana Mählmann Muniz Dantas, Renato José de Oliveira, ambos também da UFRJ, e Heron Beresford, professor da Universidade Castelo Branco e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

As apresentações dos convidados abordaram a necessidade de se discutir a ética no contexto escolar, de maneira que o professor passe de fato a ser um educador nas salas de aula. “No espaço escolar as relações se dão de forma interativa; ela funciona como um palco onde diversas questões são e devem ser pautadas” afirma Juliana Muniz, destacando a importância de se colocar a ética nessas discussões. Nisso, ela destaca a lacuna existente na formação dos alunos como atores éticos:

– Ainda há um distanciamento dos professores no sentido de formar pessoas, alunos com espírito crítico em relação à própria conduta, à sociedade – disse Juliana. Heron Beresford, por sua vez, destaca a transversalidade como forma de discussão de temas como ética, pluralidade cultural, meio ambiente e outros.

– A idéia é que cada professor seja responsável por temas transversais, tendo a discussão de dilemas éticos como forma de estímulo ao desenvolvimento de um comportamento moral, afirmou Beresford.

Renato de Oliveira chama atenção, no entanto, para a heterogeneidade do grupo de alunos: “O estudante tem uma história social, familiar, de grupos ao qual pertence. Ele não é um ser sem rosto. Isso significa diferença de valores, que geram os conflitos”, explica o professor, destacando a importância da escola no debate que surge em meio a essa divergência.

Já Maria Judite acredita que ética “se aprende e se ensina”, sendo que, a primeira instância para isso é a família. “a escola não é a detentora única e responsável pela ética”, afirma a professora, ao que Juliana completa: “Na família é onde as primeiras relações se dão e, infelizmente, tem também deixado essa lacuna na educação dos filhos. Assim, dá para imaginar a gravidade dessa deficiência no comportamento ético”, lamenta a especialista.

Maria Judite, por fim, destaca o papel do ensino nas questões éticas: “É preciso discutir e colocar a ética na prática, pois a escola não se contém em seus muros”, afirma a professora.