Categorias
Memória

Economistas debatem crise financeira em seminário internacional

 O mundo vive a sua pior crise financeira desde a Grande Depressão, que teve início em 1929 provocando altas taxas de desemprego e quedas significativas na produção industrial. A constatação é de Per Gunnar Berglund, economista integrante do Thought Leadership Institute, que participou na última sexta-feira, dia 5, do seminário internacional “Crise financeira e suas conseqüências”, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) no campus da UFRJ na Praia Vermelha.

Para o especialista, o impacto do quadro de desaceleração econômica global ocorrerá principalmente a partir de 2009, inclusive nos países menos dependentes das nações desenvolvidas, como China, Índia, Rússia e Brasil. Segundo Per Berglund, o grande desafio deverá ser a recuperação da estabilidade financeira. Para isso, três pilares são fundamentais em sua avaliação: informação financeira, regulação dos mercados e uma política monetária coordenada em nível internacional.

O seminário, organizado pelo Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE/ UFRJ), teve ainda a presença de Thomas Palley, integrante do Economics for Democratics Open Societies, dos Estados Unidos. Para o economista, a crise abre “uma janela de oportunidades para mudanças”, ressaltando a necessidade de substituição do paradigma neoliberal hegemônico desde os anos 80 para um modelo que alie crescimento econômico e oferta de “pleno emprego e prosperidade”, reduzindo os níveis de desigualdade social. Palley defendeu o fim do chamado “Estado mínimo”, a instauração de mercados de trabalho solidários e mais controle e transparência dos mercados financeiros.

Os professores Matias Vernengo e Franklin Serrano, do Instituto de Economia (IE) da universidade, também participaram do seminário, coordenado pelo professor Alcino Câmara Neto, decano do CCJE/UFRJ.