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Um olhar sobre a democratização da universidade pública

O que é democratização do ensino superior no Brasil e como ela pode ser feita? Esta foi a pergunta que moveu o estudante de 7º período de Psicologia do Instituto de Psicologia (IP) da UFRJ, Leomir dos Santos Dornellas, a participar da Jornada JIC 2008 . Na apresentação de sua pesquisa, Gato ou Lebre? – Um Olhar sobre o Debate de Democratização da Universidade Pública, o estudante se propôs a analisar se as propostas comuns aos discursos sobre democratização do ensino público superior são realmente postas em prática de modo eficaz ou apenas incitam um falso debate. Partindo das discussões suscitadas pelo (REUNI) e pelo (PRE), o aluno iniciou sua pesquisa com apoio dos orientadores Eblin Joseph Farage, professora da Escola de Serviço Social (ESS) e Carmem Teresa Gabriel Anhorn, professora da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ.

Leomir apontou que o debate em torno de idéias comuns e bastante divulgadas, tais quais as de que o aumento de vagas na universidade pública, a ampliação dos cursos noturnos e a assistência estudantil são propostas democratizantes, põem de lado outras questões referentes ao tema. Segundo ele, alguns trechos fundamentais do PRE e do REUNI são esquecidos, aqueles que falam sobre a ampliação dos mecanismos de acesso ao superior através de uma avaliação diferente do atual vestibular.

O estudante acredita que o aumento das vagas na universidade pública não é a melhor solução, pois caso não se modifique o modelo e a estrutura atual, o ensino superior permanecerá elitista. Leomir propôs como mecanismo de democratização a criação de uma política de acesso que inclua as questões raciais e econômicas, além de uma ampla política de assistência estudantil que não se limite à distribuição de bolsas-auxílio, mas que englobe ações culturais e o acompanhamento psicológico dos estudantes oriundos de camadas menos favorecidas economicamente.

— É possível uma universidade em que a democracia não seja meramente mercadológica e nem exerça apenas uma função cultural, mas que propicie o acesso ao conhecimento e propicie a formação de uma visão de mundo comprometida com os interesses das classes populares — conclui o aluno.


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