Os alunos do Instituto de Psicologia (IP/UFRJ) Carolina Moreira Ribeiro, do 6º período, e Carlos Eduardo dos Santos Norte, do 9º período, apresentaram nesta quinta, dia 06 o trabalho Psicologia e Processos de Criminalização da Homofobia: Impactos da Resolução CFP 001/99. A pesquisa, feita em parceria com os estudantes Luiz Otávio Ferreira da Luz, Luciana Francez Cariello, Luan Carpes Barros Cassal e Raquel Maria Ferreira de Menezes, foi orientada por Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, professor do Departamento de Psicometria do Instituto.
Eles investigaram os efeitos da resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia, que estabelece as normas de atuação do psicólogo em relação à homossexualidade das pessoas atendidas. O objetivo da legislação é extinguir eventuais condutas homofóbicas por parte desses profissionais. Este documento, segundo eles, visa garantir um posicionamento ético quanto ao homossexualismo, que não deve ser tratado como uma doença pelo psicólogo.
Os alunos realizaram, além do levantamento bibliográfico, entrevistas semi-estruturadas com gays, lésbicas, heterossexuais e bissexuais em paradas gays ocorridas este ano em Copacabana, Caxias e Niterói e durante a I Conferência Estadual de Políticas Públicas para LGBT do Rio de janeiro, realizada em maio último. Como resultado, eles observaram que o psicólogo é visto pela maioria dos entrevistados como alguém que orienta. Por isso, 71% dos homossexuais entrevistados já haviam pensado em procurar um psicólogo devido a sua sexualidade ou receberam essa indicação alguma vez na vida. A pesquisa revelou que nenhum heterossexual havia sido indicado ao psicólogo para “tratar” de sua sexualidade. O grupo concluiu também que apenas 50% dos psicólogos conhecem a resolução 001/99.
“A homofobia está muito além da agressão direta. Por isso temos que repensar algumas práticas e testes psicológicos que colocam o homossexual como doente”, afirmou Carlos Eduardo.
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