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Primórdios do Cristianismo

“As origens do cristianismo” foi o tema principal da sessão 9 de apresentações da JIC 2008 no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ (CFCH). Sob diferentes enfoques, as alunas do curso de história Mariana Monni Nunes, do 3º período, e Michelle de Oliveira Santo, bolsista CNPq/PIBIC prestes a se formar, apresentaram, respectivamente, as pesquisas Considerações Preliminares sobre o Relacionamento entre as Práticas Pagãs e o Cristianismo na Península Ibérica nos Séculos V e VI e Condutas Sexuais e as Relações de Poder no Reino Visigodo, ambas orientadas por Leila Rodrigues da Silva, professora do departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS).

Mariana, a partir de uma busca bibliográfica, analisou a relação do Cristianismo em formação dos séculos V e VI com o conjunto de religiões periféricas existentes na época que constituíam o chamado paganismo. Segundo a estudante, com a chegada dos germanos na Península Ibérica neste período, houve uma apropriação pelo Cristianismo de alguns elementos da religiosidade desses forasteiros. Teria ocorrido uma troca cultural recíproca entre as diferentes culturas da região de modo que o Cristianismo soube se adaptar às diversas religiosidades existentes para ganhar aceitação e tornar-se tão amplamente difundido, posteriormente, na Idade Média.

Michelle, lançou seu olhar para o reino visigodo do século VII, localizado na Península Hispânica. A aluna analisou dois concílios clericais da Igreja do reino visigodo e, a partir desta leitura, identificou nos documentos diversos cânones referentes ao controle da sexualidade da população, em especial dos segmentos clericais. Segundo ela, as restrições, que iam desde a proibição do casamento entre os bispos à incitação da abstinência e do modelo celibatário como meio de salvação espiritual, era na verdade um modo de fortalecer o poder eclesiático empreendido pelo episcopado da Igreja visigoda. “A Igreja tentava expandir sua influência no cotidiano social e se fortalecia ao manter a conduta dos membros eclesiais que eram também membros da aristocracia” concluiu Michelle.


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